Portador de defici?ncia e o mercado de consumo
Pesquisa quer comprovar que alguns produtos e servi?os dispon?veis
no mercado n?o s?o acess?veis aos portadores de necessidades especiais
Deborah Moratori
27/11/03
Um projeto idealizado pela advogada Cl?udia Maria Lazzarini est? estudando o Portador de Defici?ncia no Mercado Consumidor. Esse grupo, segundo a advogada que ? portadora de defici?ncia visual, representa 10% do total de consumidores brasileiros. O n?mero baseia-se nos levantamentos do Censo de 2000 e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE). A inten??o da pesquisa ? levantar as necessidades e as dificuldades do portador de defici?ncia e conscientizar estabelecimentos comerciais e prestadores de servi?os sobre a import?ncia do grupo no mercado de consumo.
"Esses consumidores s?o pessoas que trabalham, que t?m renda pr?pria e que adquirem produtos e servi?os como qualquer outro consumidor", alerta. "O mercado de consumo n?o pode ficar alheio a isso". A advogada explica que alguns produtos e servi?os imp?em certas barreiras ao deficiente. "Num banco, por exemplo, no caixa eletr?nico, o cadeirante fica alijado de adquirir o servi?o porque o caixa ? muito alto para a cadeira de roda".
J? para o portador de defici?ncia visual, de acordo com Cl?udia Maria, a implanta??o do sistema de letras na senha banc?ria impede que esse consumidor utilize o servi?o com seguran?a. "Como n?o h? caixas eletr?nicos com a linguagem Braile, a gente decora a posi??o das teclas que ? semelhante ? do telefone. As letras dependem da visualiza??o na tela do computador e da ajuda de terceiros", lamenta. O sistema touch screen, de toque na tela, ? outra dificuldade imposta aos portadores de defici?ncia.
Acesso garantido
Mas n?o ? s? em grandes estabelecimentos que esse consumidor tem
dificuldades. "O consumo de rem?dios para o cego que mora sozinho ? muito
complicado", exemplifica. Na TV, lembra, s?o poucas as propagandas que t?m
legenda para o deficiente auditivo. "N?o h? uma revista, um jornal sequer em
Braile. As editoras tamb?m n?o publicam livros na linguagem, nem nos
restaurantes voc? encontra o card?pio em Braile".
O projeto est? sendo desenvolvido atrav?s de question?rios distribu?dos por e-mail e aplicados em reuni?es e encontros em associa?es de portadores de necessidades especiais. "Qualquer um pode colaborar", diz a advogada que est? pensando em elaborar um question?rio s? para os colaboradores. "A primeira fase do projeto ? para catalogar as dificuldades. Num segundo momento, n?s estar?amos entrando em contato com os fornecedores para fazer uma conscientiza??o acerca dos portadores de defici?ncia, visando a melhoria da forma de oferecimento desses servi?os e produtos".
A pesquisa est? sendo elaborada com base na lei federal 10.098 que garante a acessibilidade ao portador de necessidades especiais. "Analogamente, a gente inclui o acesso aos produtos e servi?os oferecidos pelo mercado de consumo. A acessibilidade, nesse caso, ? entendida no sentido amplo da palavra. ? a garantia de voc? poder usufruir do produto ou servi?o com comodidade e independ?ncia", conclui.
Envie as respostas para o e-mail proconcomunicacao@acessa.com.
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