Hebe - A Estrela do Brasil

Victor Bitarello Victor Bitarello 30/09/2019

Uma homenagem!

Uma grandiosa, linda, farta e justa homenagem. Em um tempo histórico no qual a mulher deveria ficar calada, ela teve coragem, e foi uma das maiores vozes femininas na mídia nacional em prol dos mais vulneráveis no Brasil: Hebe Camargo!

Hebe já possuía certa segurança financeira, e já podia se permitir não aceitar imposições injustificadas.

Ela exigia justiça. Exigia que as pessoas fossem respeitadas, independentemente do que fossem.

Vemos na tela uma mãe amorosa e uma mulher apaixonada pelo marido, Lélio Ravagnani, com quem vive até tornar-se viúva, no ano 2000. Uma apresentadora totalmente dedicada ao trabalho, querida por sua equipe, amante de seu público, Hebe foi amada até o fim. Ela merece uma linda homenagem e sempre merecerá.

Com brilhantes atuações de Andréa Beltrão, no papel título, e Marco Ricca, como Lélio, os principais focos do filmes são mostrar uma Hebe completamente preocupada com o povo, com as causas sociais e com a liberdade; seu relacionamento de paixão e conflito com o marido, em virtude do ciúmes doentio de Lelio; e sua vida profissional, que ela fazia questão de conduzir da forma que entendia ser a melhor. Mesmo com o Brasil supostamente livre da censura, os "poderosos" a todo tempo estavam atentos a suas falas e perseguiam seu programa. Hebe não se furtou de levar a seu programa artistas como Dercy Gonçalves, nem de apresentar uma modelo transexual enquanto mulher (no caso, Roberta Close). Hoje, pode parecer estranho estranhar, mas àqueles tempos isso era muito impensável.

O trabalho todo está muito feliz. As sequências escolhidas tornam o filme muito agradável, ágil, porque havia uma grande chance de cair no pedante. É difícil conciliar causa social e crítica com diversão. E isso foi feito com muita maestria. É como Hebe fazia. Ela sabia muito bem trazer a seu público muita alegria, mas também espaço para discussões sérias, acusações à folga política da época, expor-se contra os preconceitos. O longa-metragem tem duas horas de duração, e elas passam de maneira muito leve, mesmo contando com as cenas tristes e fortes. Os autores souberam usar muito bem o instituto da licença poética, haja vista que nem tudo o que é mostrado ali realmente aconteceu. Mas não perderam a essência Hebe.

Sinto já vontade de ir novamente e não perderei essa oportunidade se ela aparecer!

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