Servidores técnico-administrativos da UFJF encerram greve

Trabalhadores aceitaram a oferta do governo federal e retomam as atividades nesta quarta-feira, após 78 dias do início movimento

Lorranna Medeiros
*Colaboração
28/8/2012
Greve de servidores acaba nesta quarta

Os servidores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) voltam as atividades nesta quarta-feira, 29 de agosto. A decisão foi tomada durante a assembleia com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFJF (Sintufejuf), no Restaurante Universitário do Centro, na manhã desta terça-feira, 28, após 78 dias de movimento grevista. Mesmo com uma votação realizada e a maioria sendo a favor do retorno das atividades, o Comando Nacional de Greve (CNG), já tinha aceitado a proposta do governo federal na semana passada.

Uma das integrantes do CNG, Maria Ângela Costa, afirmou aos servidores que depois de muitas discussões em Brasília com o governo federal, eles aceitaram o que seria a última proposta. "Nós pensamos que aceitando o já debatido aumento de 15,8% parcelado em três anos, estaríamos engessados, sem poder realizar uma greve nos anos seguintes. Mas na verdade, eles não podem nos impedir. Aceitamos a proposta, pois o governo foi taxativo conosco, e não teríamos mais como negociar".

Além disso, haverá uma mudança no "step" (intervalo entre um vencimento básico e o próximo na tabela de carreira, que se dá por progressão funcional), passando dos atuais 3,6% para 3,7% em janeiro de 2014 e para 3,8% em 2015. Os trabalhadores também conquistaram uma alteração no incentivo à qualificação (percentual a mais no salário para quem fez cursos formais). A mudança se deu tanto com a ampliação de valores quanto na forma de concessão. O incentivo passa a valer para todos, em todas as classes, o que não era possível anteriormente.

Segundo Mâria Ângela, os aposentados agora terão os mesmos benefícios dos trabalhadores ativos. "Nós lutávamos por isso e conseguimos. Todos os cursos que foram feitos, por toda a classe, serão avaliados e receberão incentivos. Nós agora temos os mesmos direitos dos ativos e não vamos ser prejudicados", afirma o coordenador dos aposentados no Sintufejuf, Silvestre dos Santos.

Luta continua

Segundo Maria Ângela, durante negociações com o governo federal, o CNG passou por grandes pressões e momentos em que tinha que tentar falar a mesma língua dos outros servidores nacionais. "Foi muito difícil chegar até onde chegamos. Era acordo estudado e negado. Sempre visamos a valorização de toda a categoria, desde os profissionais ativos até os aposentados. Nós queríamos a nossa carreira valorizada e conseguimos. Tudo o que fizermos em termos de cursos, mestrados ou até doutorado, será levado em conta e vamos receber benefícios por isso. Essas horas serão somadas por menores que sejam."

Mesmo com a negociação, a sindicalista lembra que a luta continua. "Se for preciso, nós faremos novas greves, para lutar por nossos direitos. Estamos insatisfeitos com o que foi proposto, porque ainda não é o que queremos para nossa carreira, mas tivemos que aceitar", afirma.

Ainda segundo Maria Ângela, a classe que abraçar a causa da privatização do Hospital Universitário (HU). "Não podemos deixar que isso aconteça e vamos dar o apoio necessário. Isso é um desrespeito do governo federal com todos nós", ressalta.

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Reuniões retornam

Durante a assembleia, os representantes do Sintufejuf lembraram que com a greve as reuniões tiveram que parar, mas que agora elas voltam a ocorrer todas as quintas-feiras, às 9h, no HU. De acordo com o coordenador-geral do Sintufejuf, Lucas da Silva Simeão, ainda tem muita coisa para ser discutida, como as 30 horas semanais que ainda não são regulamentadas e alguns servidores acabam trabalhando 40 horas; o ponto eletrônico que tem que entrar em vigor no campus e a terceirização da instituição.

*Lorranna Medeiros é estudante do 7º período de Jornalismo do CES

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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