Mistura de samba e ritmos contam a história de Alessandra Crispin

Cantora se apresenta na praça Alfredo Lage, na próxima quinta-feira, 20. No repertório, a artista pretende contar um pouco da sua formação musical

Eduardo Maia
Repórter
14/02/2014
Alessandra Crispin

CarnavalTalento que representa uma nova geração de sambistas, a cantora Alessandra Crispin será umas das atrações que abrirá o Carnaval juiz-forano na próxima semana. A cantora se apresenta na Praça Alfredo Lage, no bairro Manoel Honório, na quinta-feira, 20 de fevereiro. O show está marcado para as 19h30.

Aderindo ao samba depois de um bom tempo interpretando a Música Popular Brasileira, Alessandra prepara uma mistura de ritmos, com o objetivo de encantar o público. "O público vai me conhecer no show, que terá momentos em que falo sobre a minha formação musical. Além do samba, vou trazer alguns ritmos diferentes para mostrar de onde surgiu essa brasilidade toda. Vai ter um momento mais intimista, quando a gente faz uma coisa quase à capela. E a banda está muito bacana, traz um ritmo bem diferente", revela.

Num tom bem convidativo, Alessandra se apresenta no vocal e instrumental, mas faz mistério sobre o repertório. "Sempre gostei de fazer releituras. Adoro ritmos africanos e tudo isso ajudou a formar a minha concepção de música. O pessoal também pode esperar um pouco de Cássia Eller e tem também uma releitura do Chico [Buarque]. A gente faz um samba e vai ser bem divertido fazer a música. Não vou falar qual é. Vou deixar na surpresa."

A cantora destaca a sua paixão pela mistura de ritmos e revela um novo projeto que vem desenvolver nos próximos meses. "Eu estou preparando a gravação do meu EP, em março a gente começa. São quatro músicas, provavelmente as quatro autorais, com esta pegada de samba e suas raízes. Tem um samba de raiz, um samba rock, samba funk, eu gosto desta mistura. Eu gosto mesmo de brincar com os nossos ritmos", completa.

No palco e na gravação do novo projeto, são amigos que compõem a banda da sambista: o irmão Allan Crispim, na bateria; Tiago Lazzarini, baixo e produtor musical; João Paulo Lanini, nas cordas; Tiago Guimarães, no teclado e Rick Vargas na percussão. "Eles abraçaram o projeto com carinho. Tem a minha cara, com o toque deles. As músicas autorais, três tem letra e música minhas e uma em parceria com o Tiago Lazzarini.

O valor às raízes

Em seu trabalho, Alessandra imprime a sua identidade nas peças que interpreta. Segundo a cantora, é preciso reconhecer e valorizar os grandes nomes, adaptando para um novo contexto, que busque agradar a todos os tipos de públicos. "Tem que haver o respeito às raízes. Foi daí que tudo começou. A cidade tem uma raiz de samba muito grande. A gente às vezes não sabe, mas vem de muito antes, como Geraldo Pereira, que fez músicas conhecidíssimas como Falsa Baiana e Sem Compromisso, que estourou na voz do Chico Buarque. Vem Mamão, e também esses meninos maravilhosos que são o Roger Resende e Carlos Fernandes, além da Sandra Portela que é um grande destaque."

Sobre a sua inserção no samba e o reconhecimento com um dos novos nomes de Juiz de Fora, Alessandra considera uma responsabilidade. "Ser considerada uma das novas caras do samba é muito bacana. Eu gosto de samba, minha família gosta muito. Gosto de música brasileira de modo geral e agora entrei de cabeça neste ritmo que me conquistou e lógico, vou trazer a minha cara para o samba. É uma responsabilidade tremenda, mas eu vou honrar, com certeza", promete.

A cuíca

A desenvoltura da Alessandra é acrescentada de um diferencial. Além do vocal e sua performance instrumental, a interpretação do som de uma cuíca com a própria voz faz com que ela ganhe a admiração do público, assim como conquistou aos jurados do programa The Voice, da TV Globo. "Era um modo de me diferenciar e comecei a imitar. Fui aperfeiçoando, o pessoal começou a pedir. No primeiro Ponto do Samba que fiz com o Roger Resende e o Carlos Fernandes no Cultural Bar, eu fiz e o pessoal ficou louco. Parti disso e virou uma marca. Era bem legal e foi bacana no programa, o pessoal gostou bastante", relata.

Trajetória

Com Mirian RosaMoradora do bairro de Nova Era desde a infância, Alessandra Crispin começou a se envolver no meio musical na Escola Municipal Cecília Meireles. Quando participava de gincanas, aos 10 anos, a menina já começava a compor alguns jingles. Autodidata, começou a aprender a tocar violão aos 12, entrando em um grupo de pagode de sua rua aos 14 anos. "Foi uma experiência muito legal, a gente abria vários shows de pagode na época. Com 14 anos, ir para o palco, era bem legal. Ali foi o meu primeiro amadurecimento no meio da música", conta.

Aos 17, junto da amiga instrumentista Mirian Rosa (foto), formou a banda Relicária  e por cinco anos, fizeram vários shows nos bares de Juiz de Fora. Na banda, Alessandra descobriu o talento para o canto, que veio a aperfeiçoar quando entrou para a Universidade Bituca, em Barbacena (MG). "Conheci o pessoal do Ponto de Partida, tinha professores maravilhosos. Ali eu percebi que gostava de cantar. Depois a banda acabou e comecei a fazer outros trabalhos, com Iara Leigo, uma cantora que se apresenta em Juiz de Fora, também numa banda de axé, Loucura Maior", destaca.

Em 2011, Crispin passou se apresentar no formato voz e violão. Sobre a carreira, Alessandra diz que prima pela qualidade do trabalho e pretende construir um trabalho com mais calma. "Foi tudo muito rápido, mas hoje penso que é melhor eu ir devagar, as pessoas vendo qualidade no meu trabalho. Seu eu pegar minha carreira solo, as pessoas vão ver que tenho somente dois anos e meio e já aconteceu tudo isso", analisa.

Em Juiz de Fora, Alessandra se apresenta também no bloco Come Quieto no sábado, 22, e no Ponto do Samba, na praça Antônio Carlos, na segunda, dia 24. No dia 21, sexta, a cantora faz show em São João Nepomuceno (MG).

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