Elizabeth Soares Elizabeth Soares 11/2/2010

Para compreender nosso jeito de agir

Uma cara sorrindo e outra tristeÉ muito natural que as pessoas queiram melhorar seu jeito de ser e agir, mas, insistem no argumento de que mudar é muito difícil. A grande maioria das pessoas acredita que somos vítimas de um determinismo amplamente aceito e que foi desenvolvido para explicar a natureza do ser humano. São três linhas:


1) Determinismo genético Sou como sou por causa dos meus avós. Exemplo: Sou mal-humorado porque meus avós eram rabugentos e isso está no meu DNA. Passa de uma geração para a outra e eu herdei isso. (Isto vale para: persistência, preguiça, dinamismo, etc)

2) Determinismo psíquicoSou como sou por causa dos meus pais. Minha educação e as experiências na infância deram forma às tendências da minha personalidade e à estrutura do meu caráter. Meus pais me fizeram decorar um “roteiro emocional”.

3) Determinismo ambiental Sou como sou por causa do meu chefe, da minha esposa, do meu filho adolescente respondão, dos clientes difíceis que preciso atender, da situação econômica do Brasil, etc. Algo externo é responsável pela minha situação.


Entretanto, Victor Frankl (1905-1997) que era um psiquiatra, judeu e que também seguia a linha determinista, durante a Segunda Guerra Mundial, viveu como prisioneiro nos campos de concentração nazista e descobriu algo diferente até naquela época a respeito do comportamento humano. Seus pais, seu irmão e sua mulher morreram nos campos. Com exceção da irmã, sua família inteira foi exterminada. Até que um dia, nu e sozinho em um pequeno quarto, ele começou a tomar consciência de que os nazistas podiam controlar completamente a situação e o ambiente, podiam fazer o que quisessem com seu corpo, mas, somente ele poderia decidir, dentro de si, como tudo aquilo iria afetá-lo. Seriam os nazistas que determinariam quem ele seria após aquela experiência?

Victor Frankl descobriu, através de sua própria experiência de vida, que entre o estímulo externo e a nossa resposta existe a liberdade de escolha. Através desta descoberta do princípio básico da natureza humana, começou a se desenvolver o conceito de PROATIVIDADE. Nós somos responsáveis por nossas próprias vidas. Em vez de colocarem a culpa por seu comportamento em circunstâncias, as pessoas proativas procuram agir de acordo com sua escolha consciente. Por outro lado, pessoas reativas permitem que o comportamento e a fraqueza dos outros as controlem.

Grandes líderes, a exemplo de Gandhi, nos ensinaram que “é o nosso consentimento, nossa permissão para que as coisas aconteçam a nós que nos fere, muito mais que os fatos propriamente ditos”. Sendo assim, o ponto central da questão está na forma como lidamos com as coisas que nos acontecem: o engarrafamento, o cliente difícil, o chefe que pressiona...

Você está disposto a treinar ser uma pessoa mais proativa? Que tal experimentar na próxima semana prestar atenção apenas às coisas que você pode interferir de alguma forma? Você assumirá pequenos compromissos e será fiel a eles. Você assumirá o papel de modelo em vez do papel de crítico. Caso cometa um erro, procure corrigir e aprenda com ele - imediatamente.

Não insista nas falhas dos outros e não fique desculpando as suas. Caso venha à sua mente que “o problema está lá fora”, pare bem rápido. Esteja certo de que esta maneira de pensar é que é o problema.



Elizabeth Soares
Psicóloga e Coach-executiva