Brinquedoteca Atividades lúdicas auxiliam crianças no aprendizado
Repórter
14/04/2007
Elas querem é brincar! Caem no mundo da imaginação e não há quem consiga despertar o interesse das crianças em sala de aula. Pensando no problema da precarização do aprendizado infantil, é que as brinquedotecas andam se espalhando por diversas instituições de ensino.
Por lá, são estimulados os sentidos da criança, seja para a música,
literatura, dança, habilidades manuais e escritas. "Não há limites para a
brinquedoteca"
, afirma Cristina Drumond, coordenadora do
núcleo de pós-graduação da Estácio de Sá e idealizadora da brinquedoteca na
faculdade.
O espaço é recheado de brinquedos e outros objetos cobiçados pela meninada, como livros, lápis de colorir e tinta guache. Embora o local pareça "apenas uma sala de brincadeiras", há diversas funções para o ambiente, entre elas, a pedagógica, social e comunitária.
A intenção é envolver os participantes em atividades diversas, fazendo com
que extraiam daquele trabalho novos conhecimentos. Mas nada precisa ser no
formato tradicional, com lápis e caderno na carteira.
"No caso da educação
ambiental, tudo é facilitado pela prática, através da produção de brinquedos
reciclados"
, esclarece a coordenadora de brinquedoteca Fernanda
Grinalson.
Atualmente, há cursos preparatórios para a atuação nestes espaços, visando a habilitação de profissionais da área de educação. "O treinamento é importante para desenvolver técnicas nos coordenadores de oficinas e atividades recreativas", observa Cristina.
Trabalhos em JF
Em Juiz de Fora, existem instituições que trabalham com o conceito, como é o caso das Brinquedotecas da Ascomcer, Fundação Ricardo Moisés Júnior e Faculdade Estácio de Sá. Cada uma utiliza a "nova sala de aula" para atingir objetivos específicos.
Tanto o espaço da Fundação quanto o da Ascomcer são voltados para a reabilitação infantil. Assim como fazem os Médicos do Barulho, alegrando as enfermarias hospitalares, a brinquetodeca destes locais tenta diminuir o sofrimento das crianças internadas, com recreações diversificadas.


Já a brinquedoteca da Estácio é ramificada e atende a diferentes
públicos, como pesquisadores, comunidade e filhos de alunos. "No início,
nossa intenção era criar um laboratório para os estudantes. Por lá, seriam
oferecidas habilitação para contadores de história, recreadores infantis,
entre outros estágios. No entanto, já recebemos diferentes grupos e
a brinquedoteca passou a ter funções múltiplas, atendendo a muita gente
", releva
Cristina.
Para Fernanda Grinalson, o local permite um intercâmbio de aprendizado fora dos padrões
tradicionais de educação.
"Enquanto desenvolvemos nossas habilidades com
a crianças, ela também ganham. Produzimos mais de mil brinquedos reciclados
com elas e montamos uma exposição"
, diz.
Contando com o sucesso desta nova forma de ensinar, a produção da TV Xuxa
procurou a instituição para gravar um programa. "O objetivo é resgatar as
brincadeiras tradicionais que oferecem alternativas de educação para as
crianças e mostrar as diferenças de cada região
brasileira"
, esclarece a produtora do programa Bruna
Paixão.