Quinta-feira, 10 de maio de 2012, atualizada às 17h44

Professores federais votam indicativo de greve para pressionar governo

Thiago Stephan
Repórter
Assembleia Apes

Os professores federais realizaram, na manhã desta quinta-feira, 10 de maio, assembleia para discutir a pauta de reivindicação da categoria. Novo encontro foi marcado para a quarta-feira, 16, quando os professores vão decidir se aprovam ou não o indicativo de greve, que começaria no dia 17. De acordo com o presidente da Associação dos Professores de Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF), Rubens Luiz Rodrigues, "o objetivo do movimento é pressionar o governo federal a cumprir o acordo emergencial fechado com os professores federais em agosto de 2011".

O acordo previa a incorporação da Gratificação Específica do Magistério (Gemas) ao vencimento básico, além de uma recomposição salarial de 4%, a partir de março de 2012. Outro ponto de atrito entre as partes: a situação do grupo de trabalho (GT) composto por representantes do governo federal e dos docentes federais, visando a reestruturação da carreira.

De acordo com nota publicada no site da Apes-JF, "dificuldades encontradas no Congresso estão barrando a votação de PL [projeto de lei] enviado pelo governo e, nas últimas reuniões do GT, o governo desconsiderou todo o trabalho feito desde agosto de 2011, descumprindo o acordo e forçando a reação dos docentes".

Mas, segundo Rodrigues, as exigências da categoria vão além. "Nossas reivindicações tratam também das melhorias das condições de trabalho dos docentes, disponibilização de dados relativos ao financiamento e número de vagas para a docência da UFJF e do Instituto Federal [IF-Sudeste] e transparência na democratização das instituições", relata o presidente da Apes-JF, revelando que, em relação à questão salarial, o objetivo é a construção de uma carreira única para os professores das instituições federais.

Técnico-administrativos voltam ao trabalho

Depois de dois dias de paralisação, os 1.248 técnico-administrativos da UFJF voltam às atividades nesta sexta-feira, 11. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino no Município de Juiz de Fora (Sintufejuf), Paulo Dimas, cerca de 75% das atividades da Universidade ficaram comprometidas com a paralisação de 48 horas. "Em alguns setores, como o restaurante universitário, transportes, bibliotecas e laboratórios a paralisação chegou a 100%", avalia Dimas.

A categoria reivindica negociações com o governo, visando reajuste de 22% nos vencimentos, além de melhoria do piso, passando para três salários mínimos, e estabelecimento de uma política salarial com data base. Os técnico-administrativos buscam ainda a correção de distorções na carreira, com incentivo à qualificação e ao reposicionamento dos aposentados que perderam direitos no último enquadramento.

A paralisação dos últimos dias atendeu convocação da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra). No próximo dia 17, uma caravana sairá de Juiz de Fora para Brasília, onde está marcada a caminhada de técnico-administrativos de todo o Brasil a fim de forçar o governo a negociar. Nos dias 17 e 18, haverá plenárias da categoria que vão definir o plano de luta da Fasubra.

Antes da viagem, o Sintufejuf organiza, em parceria com a APES-JF e o Diretório Central dos Estudantes (DCE), seminário em defesa do hospital universitário. O evento será realizado no anfiteatro da Faculdade de Odontologia, às 8h30.

Os textos são revisados por Mariana Benicá

ACESSA.com - Professores federais votam indicativo de greve para pressionar governo