Tupi joga mal, perde para Sampaio Corrêa e fica na vice-lanterna da Série B

Matheus Brum
Colaboração*
29/06/2016

Retrocesso, essa é a palavra que define os 3 a 1 sofridos pelo Tupi em São Luís do Maranhão. Depois de boas partidas sob o comando de Estevam Soares, time volta a jogar mal, apresenta os mesmos erros da "Era Drubscky", e se complica na Série B. Agora são cinco pontos que separam o Galo Carijó da 16ª colocação.

O jogo era de "seis pontos". Ou seja, uma vitória não só dava um alívio para o Tupi, mas também ajudava a aumentar a distância para um rival direto. O alvinegro foi até o Maranhão buscando a primeira vitória fora de casa na Série B. Sem Hiroshi e Henrique, lesionados, Estevam fez o simples. Colocou Jonathan na vaga do camisa 37, e improvisou Recife na lateral direita. Dessa forma, não mexeu no desenho tático da equipe.

Os primeiros minutos foram sem emoção. Os dois times ainda procuravam entender a forma como o adversário estava jogando, e por isso não chegavam tanto ao ataque. Quem conseguiu a primeira escapada foi o Tupi. Vinícius Kiss recebeu bom lançamento de Jonathan na esquerda, obrigando Rodrigo Ramos a fazer uma boa defesa.

A resposta do Sampaio veio aos 15, quando Pimentinha fez cruzamento da direita, e na tentativa do corte, Filipe Alves mandou contra a própria meta. Sorte que Rodolfo Mol estava atento ao lance e tirou em cima da linha.

A partir desse lance, só deu Sampaio. Aos 19, depois de bate-rebate na área, a bola sobrou para Lucas Sotero, que de chapa buscou encobrir Rafael Santos, mas a pelota tirou tinta do travessão. A pressão deu resultado no minuto seguinte. Depois de escanteio cobrado pelo próprio Sotero, a bola percorreu toda a grande área e sem nenhum desvio morreu no fundo do barbante do goleiro Rafael Santos. "Gol Olímpico" no Castelão (MA).

A falta de Hiroshi era perceptível no time do Tupi. Sem ele, a equipe voltou a apresentar os velhos problemas de criação. Os volantes bem que tentavam, mas tirando Serrato, não tinham qualidade na construção de jogadas. Na frente, apenas Jonathan conseguia manter a bola no ataque, já que Kiss estava sumido na partida. Rubens até voltava para ajudar na organização do ataque, mas não conseguia fazer bem o papel de pivô. Precisando buscar o resultado, Jataí e Filipe Alves iam para frente, deixando um espaço aberto na defesa. Num desses lances, quase o tricolor ampliou. Aos 37, Pimentinha recebeu lançamento longo, ganhou dos zagueiros na corrida, tirou de Rafael Santos, mas finalizou para fora, para alívio dos torcedores carijó.

O Tupi chegou ao empate no último minuto da primeira etapa, em falha da defesa do Sampaio. Jonathan cruzou da esquerda. Rodrigo Gomes espalmou, a bola bateu em Rafael Estevam, explodiu no travessão e sobrou limpa para Rubens apenas empurrar para o gol vazio.

O segundo tempo começou como terminou o primeiro, com o Sampaio em cima. Logo aos nove minutos, Rafael Estevam cruzou da direita e Felipe Baiano cabeceou com perigo.

Com um meio de campo inoperante no ataque e na defesa, Estevam resolveu mexer. Aos 19, sacou Filipe Alves e colocou Gabriel Sacilotto, para tentar ganhar um equilibrio entre defesa e ataque. Porém, antes do volante tocar na bola, o Sampaio voltou à frente do placar. Edgar recebeu na esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou no segundo pau. Douglas "cochilou" na marcação e viu Pimentinha, livre, cutucar para o gol. A situação ficava ainda mais difícil para o Tupi.

Três minutos após o gol, Estevam fez mais uma substituição para deixar o time ofensivo. Tirou Serrato, que não foi bem, e colocou Silvy, ganhando mais uma opção no ataque. Mas o azar, que tem rondado do carijó desde o início do campeonato, voltou a aparecer. Aos 27, dois minutos depois de entrar em campo, Silvy dividiu com um jogador do Sampaio e recebeu uma cutuvelada no peito, passando a sentir fortes dores. Ele tentou continuar no campo, mas não aguentou, indo receber atendimento médico na ambulância que estava no Castelão. Por conta da lesão, o técnico do Tupi teve que queimar a última alteração, colocando Ygor em campo.

No minuto seguinte à substituição, a "Bolívia Querida" colocou números finais à partida. Rafael Estevam levantou bola da intermediária esquerda. Luiz Otávio subiu sozinho e cabeceou como manda o "figurino", de cima para baixo, no canto esquerdo de Rafael Santos, que estava adiantado.

Depois do gol, o Tupi ainda tentou uma reação, mas parou na falta de organização das jogadas no meio de campo. O jogo ficou morno, até o apito final. Para o torcedor carijó, fica uma certeza: as quatro semanas sem Hiroshi serão um tormento.

Com o resultado, o Tupi se manteve na vice-lanterna, com 9 pontos, a cinco do Goiás, primeiro time fora do Z-4. O próximo compromisso do Galo é contra o Vila Nova, em mais um jogo de "seis pontos", na próxima sexta, às 20h30, no Serra Dourada.

Estatísticas
Sampaio Corrêa
Tupi
Passes Errados 40
56
Finalizações 9 (3 certas e 6 erradas) 10 (5 certas e 5 erradas)
Cruzamentos 16 (5 certos e 11 errados) 12 (2 certos e 10 errados)
Desarmes 13
17
Faltas Cometidas 10
18
Cartões 1 amarelo 4 amarelos
Impedimentos 2
0
Lançamentos 34 (17 certos e 17 errados) 32 (10 certos e 22 errados)

Ficha Técnica

Sampaio Corrêa: Rodrigo Ramos; Éder, Wagner, Luiz Otávio e Rafael Estevam; Renan Ribeiro (Levi Silva), Felipe Baiano e Lucas Sotero (Henrique); Pimentinha, Jean Carlos (Edgar) e Elias. Técnico: Wagner Lopes

Tupi: Rafael Santos; Recife, Rodolfo Mol, Bruno Costa e Douglas; Filipe Alves, Rafael Jataí (Gabriel Sacilotto), Marcos Serrato (Thiago Silvy (Ygor)), Jonathan e Vinícius Kiss; Rubens. Técnico: Estevam Soares.

Arbitragem: Andrey da Silva E Silva (PA), auxiliado por Lúcio Ipojucan Ribeiro da Silva de Mattos (PA) e Luís Diego Nascimento Lopes (PA)

Público e Renda: 3.210 (2.419 pagantes) / R$21.755,00


*Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.

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