Na estreia de Ricardinho, Tupi vacila e cede mais um empate nos minutos finais
Quando o torcedor olhava para o banco de reservas, percebia uma grande diferença. Ao invés do sujeito alto, de cabelos escuros e muito agitado, estava um homem de altura mediana, cabelos brancos e muito mais tranquilo. Mas, ao olhar para dentro de campo, essas diferenças eram nulas. Claro que com apenas dois dias, Ricardinho não conseguiu “dar a sua cara” ao Tupi. Porém, o que é inegável é que o time cometeu as mesmas falhas que marcaram a passagem de 19 jogos do ex-técnico Estevam Soares: um primeiro tempo bom, vantagem no placar, queda física na segunda etapa e falha defensiva que permitiu o empate. Dessa forma, o Galo Carijó ficou no 1 a 1 contra o Brasil de Pelotas, no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio.
O Tupi entrou em campo precisando desesperadamente da vitória. Em 26 jogos, conquistou apenas 25 pontos, ficando na 18ª colocação do Campeonato Brasileiro da Série B. Segundo os matemáticos, para um time conseguir escapar do rebaixamento, são necessários, no mínimo, 46 pontos. Por isso, cada partida para o alvinegro tem que ser tratada como final de Copa do Mundo. Seguindo à risca esses cálculos, a equipe precisa de 21 pontos em 12 jogos para escapar do descenso. A previsão era vencer os seis jogos dentro de casa, somar 18 pontos e aliviar a pressão para as partidas longe de Juiz de Fora. Contudo, na primeira decisão, uma falha defensiva deixou os três pontos irem pelo ralo.
Com o retorno de Henrique à lateral direita, no lugar de Vinícius Kiss, lesionado, o Tupi começou bem, com mais posse de bola e controle no meio de campo. Porém, a primeira oportunidade perigosa foi dos visitantes. Aos sete minutos, Ramon desceu pela esquerda e bateu cruzado, exigindo boa defesa de Rafael Santos. Apensar o susto, o alvinegro continuava melhor na partida e respondeu na sequência. Primeiro, Octávio rolou para Hiroshi na grande área, que isolou. Depois, Gabriel Santos subiu mais alto que a zaga do Brasil, em cobrança de escanteio, e testou à esquerda de Eduardo Martini.
Ricardinho montou a equipe com o mesmo padrão e distribuição tática que seu antecessor, Estevam Soares. No meio de campo, Renan marcava, Serrato fazia a saída de bola, e o trio de armadores, formado por Jonathan, Hiroshi e Octávio, eram os responsáveis por municiar Giancarlo, que fazia bem o papel de pivô e abria espaços na zaga adversária. Numa dessas jogadas, o camisa 9 fez a parede para Hiroshi, que chutou para uma excelente defesa de Eduardo Martini. No rebote, Jonathan teve a chance de abrir o placar, mas chutou em cima da zaga.
A superioridade enfim deu resultado. Aos 36 minutos, Luiz Paulo recebeu de Serrato na esquerda e cortou para o meio. Num belo chute de direita, que não é o seu forte, acertou o ângulo direito de Martini. 1 a 0 Tupi.
O segundo tempo começou como o primeiro, com o Tupi melhor, controlando o meio de campo, mas com as primeiras chances vindo do lado xavante. Primeiro Felipe Garcia arriscou de fora de área e depois Ramon cabeceou com perigo. Nas duas oportunidades, a bola saiu por cima do gol defendido por Rafael Santos.
Aos 19 minutos, Ricardinho fez a mudança que mudaria o cenário da partida e um dos fatores que determinou o empate da equipe de Pelotas. O treinador sacou o meia Hiroshi e colocou o volante Recife. Com a substituição, a equipe perdeu um homem de chegada ao ataque, ganhando mais um marcador. Desse modo, o Tupi chamou o Brasil para o seu campo, com a intenção de segurar o resultado e buscar um contra-ataque para “matar” o jogo.
O problema foi que o tiro saiu pela culatra, e ao invés de ajudar a ganhar o jogo, a postura fez com que o time tomasse o empate, e quase a virada. Aos 30, Brock levantou bola na área. Felipe Garcia desviou de cabeça, para defesa espetacular de Rafael Santos. No rebote, a pelota ainda bateu no travessão e sobrou limpa para o próprio Felipe, artilheiro da Série B, cutucar pro fundo do barbante.
No último minuto, quase o desempate xavante. Jonatas Belusso foi lançado sozinho. O meia correu metade do campo sem marcação, até invadir a grande área e ser atrapalhado por Douglas, que teve uma excepcional recuperação. Caído no gramado, o jogador do Brasil ainda rolou para Marcão, que saiu cara a cara com Rafael Santos, que levou a melhor e fez a defesa em dois tempos. Depois do lance, o juiz Wagner do Nascimento Magalhães apitou o final da partida.
Com o resultado, o Tupi foi a 26 pontos, mas se manteve na 18ª colocação. Só que desvantagem para o Oeste, primeiro time fora do Z-4, diminuiu para cinco pontos, já que o time de Itápolis perdeu para o Goiás. O próximo compromisso do Carijó é na sexta-feira, dia 30, contra o Luverdense, em Lucas do Rio Verde, às 20h30, em partida válida pela 28ª rodada da Série B.
Ficha Técnica
Gols: Luiz Paulo (TUP), aos 36 minutos do 1º tempo; Felipe Garcia (BRA), aos 31 minutos do 2º tempo
Tupi: Rafael Santos; Henrique (Douglas), Gabriel Santos, Thiago Sales e Luiz Paulo; Renan Teixeira, Marcos Serrato, Jonathan, Octávio (Yago) e Hiroshi (Recife); Giancarlo. Técnico: Ricardinho.
Brasil de Pelotas: Eduardo Martini; Weldinho, Leandro Camilo, Cirilo e Marlon (Eduardo Brock); Nem, Washington e Elias (Jonatas Belusso); Ramon, Marcos Paraná (Marcão) e Felipe Garcia. Técnico: Rogério Zimmermann.
Arbitragem: Wágner do Nascimento Magalhães (RJ) apitou o jogo, auxiliado por Michael Correia (RJ) e João Luiz Coelho de Albuquerque (RJ).
Público e Renda: 856 (551 pagantes) / R$10.620,00
Tupi | Brasil de Pelotas | |
---|---|---|
Posse de Bola | 65% | 35% |
Passes Errados | 38 | 39 |
Finalizações | 16 (5 certas e 11 erradas) | 16 (4 certas e 12 erradas) |
Cruzamentos | 34 (10 certos e 24 errados) | 21 (7 certos e 14 errados) |
Desarmes | 16 | 14 |
Faltas Cometidas | 9 | 21 |
Cartões | 0 | 2 amarelos |
Lançamentos | 34 (17 certos e 17 errados) | 38 (15 certos e 23 errados) |
Impedimentos | 0 | 1 |
Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.
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