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:::09/02/2006
Anos começam e terminam, pessoas vem e vão. Clientes entram e saem do meu consultório de Terapia Holística, mulheres choram e riem, casamentos começam e terminam, meninas e meninos crescem e florescem, e o discurso é sempre o mesmo.
O sexo! Que coisa linda, que coisa feia, que delícia, que nojeira, que bom que ruim, faz bem, faz mal, é pecado...
Vamos falar a verdade. Mais uma vez, vamos bater na mesma tecla. A ciência já provou que só faz bem, os médicos recomendam, a espiritualidade mais esclarecida e iluminada aprova, então, porque tantas pessoas ainda insistem em combater, recriminar e discriminar a prática do ato sexual?
Porque tantos pais continuam ainda nos tempos de hoje reprimindo suas filhas quanto a se descobrirem sexualmente, porque ainda não passamos da era da proibição para a era da informação e do esclarecimento?
Porque não vemos o sexo assim como a comida, o esporte, a bebida as drogas e tantas outras coisas as quais simplesmente discutimos sobre a qualidade do seu uso? Por exemplo: Como fazer sexo, reconhecer tipos de pessoas em quem podemos confiar para fazer sexo, seus riscos, os abusos, sexo e amor, o melhor momento para começar , sexo e as emoções, etc.
Por que é que a "coisa" tem que ser tão grande e tão perigosa? Por que é que temos que assustar tanto nossas meninas e nossos meninos quando simplesmente poderíamos instruí-los? Por que é que diante dessa nova realidade, dessa nova proposta que está chegando cada dia mais até nós através dos veículos de informação, não lutamos para desfazermos nossos preconceitos e trabalhamos, primeiro a nosso favor, nos permitindo uma vida sexual mais saudável e prazerosa e depois, a favor dos nossos filhos (principalmente as meninas) protegendo-os de uma vida sem graça e sem energia, por não permitirmos a eles nem mesmo a pratica da masturbação?
Pensem se, de verdade, não estamos sendo comodistas e preguiçosos na missão de educar e conduzir suas vidas até a maior idade. Não é porque tentaram nos tirar o direito a este prazer que precisamos fazer o mesmo com as pessoas que geramos.
Além do mais, já está provado também, que a imposição de comportamento, a falta de explicação sobre os nossos pontos de vista e a ignorância dos fatos só provoca conseqüências adversas ao que tentamos plantar.
A falta de educação sobre o sexo não vai impedir as pessoas de fazê-lo. Elas simplesmente vão fazer mal feito. Consegue-se com isto a insatisfação, os exageros, as doenças físicas e mentais, as gravidezes indesejadas, as violências sexuais, os abandonos e as traições.
Tirem as vendas dos olhos, economizem com remédios e anos de terapias para desbloquear o que Deus mandou sem bloqueios.
Sob esta ótica, retirei do livro O Código da Vinci alguns trechos de um capítulo que me chamou bastante atenção. Poucas pessoas no mundo ainda não tiveram a curiosidade ou a oportunidade de ler esta obra que vem sendo indicada a mais de um ano pelas revistas e jornais.
O livro todo é ótimo e curioso. Nada contra as religiões, muito pelo contrário, nada contra a boa conduta moral, muitíssimo pelo contrário, nada contra a Igreja Católica, respeito seus fiéis, mas, prefiro acreditar que Cristo (meu ídolo) era, pelo menos em parte, como o descrito no livro: um homem normal.
O Código da Vinci - Importante Hieros Gamos = Casamento Sagrado - nada tem a ver com erotismo - é um ato espiritual. Historicamente, as relações sexuais eram o ato através do qual o homem e a mulher experimentavam o divino. Os antigos acreditavam que o masculino era espiritualmente incompleto antes de ter conhecimento carnal do sagrado feminino. A união física com a mulher era o único meio segundo o qual o homem podia se tornar espiritualmente completo e chegar a atingir a gnose - o conhecimento divino. Desde a época de Ísis, os ritos sexuais vinham sendo considerados a única ponte entre a terra e o céu para o homem. - Em comunhão com uma mulher o homem podia atingir um instante de êxtase no qual sua mente ficava totalmente vazia e ele era capaz de ver Deus... O orgasmo como oração? É importantíssimo lembrar que o modo como os antigos encaravam o sexo era totalmente oposto ao modo como o encaramos hoje em dia. O sexo possibilitava a criação de novas vidas - o milagre dos milagres -, e só Deus podia realizar milagres. A capacidade da mulher de produzir vida com seu útero tornava-a sagrada. Uma Deusa. A relação sexual era a união respeitosa entre as duas metades do espírito humano - a masculina e a feminina -, por meio da qual o macho podia encontrar integridade espiritual e comunhão com Deus. A tradição judaica primitiva envolvia o sexo ritualístico. Dentro do templo, nada menos que isso. Os primeiros judeus acreditavam que o Santo dos Santos do Templo de Salomão abrigava não só Deus como também sua poderosa consorte feminina, Shekinah. Os homens que buscavam integridade espiritual vinham ao Templo visitar sacerdotisas - ou "herolulas" -, com as quais faziam amor e experimentavam o divino através da união física. Para a Igreja dos primeiros tempos o uso do sexo pela humanidade para comungar diretamente com Deus representava uma séria ameaça à base de poder católica. Aquilo deixava a Igreja de fora, debilitando o status que ela mesma se atribuíra de único caminho para Deus. Por motivos óbvios, a Igreja fez de tudo para demonizar o sexo e reinterpreta-lo como um ato pecaminoso e repulsivo. Outras religiões importantes fizeram o mesmo. É surpreendente que nos sintamos divididos com relação ao sexo? Nossa herança milenar e nossa própria fisiologia nos dizem que o sexo é natural - um caminho muito seguro para a gratificação espiritual -, mas, mesmo assim, a religião moderna deprecia o sexo, considerando-o vergonhoso, ensinando -nos a temer os nossos desejos sexuais como se fossem inspirações demoníacas. Fonte: Trechos retirados na íntegra do livro "O Código da Vinci, de Dan Brown" - Ed: Sextante. |
Bom pessoal, esta era mensagem que eu gostaria de passar este mês. De quebra, fiquem aí com uma ótima dica literária. O livro ainda faz menção a vida conjugal de Cristo, à sua paternidade, ao verdadeiro papel de Maria Madalena na História, às ações do Opus Dei e do Vaticano (curiosíssimo!), além de ter um romance dentro de uma aventura e um suspense policial fantásticos.
Muita Luz!
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Jussara Hadadd é terapeuta holística,
especializada em sexualidade
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