Direto no balc?o Barraquinhas de comidas ou bebidas chegam a virar neg?cios de fam?lia nas noites frias e agitadas da Festa Country

Marcelo Miranda
Rep?rter
19/05/2006

Ter e manter uma barraca de vendas de comida ou bebida num evento do porte da Festa Country, que atrai anualmente um p?blico de aproximadas 100 mil pessoas, n?o ? tarefa das mais f?ceis. O processo de aluguel de espa?o, montagem, decora??o, compras, funcion?rios, estrutura. O investimento chega a ser entre R$ 6 mil e R$ 8 mil. De lucro, nestes valores, a expectativa gira em torno de no m?ximo R$ 3 mil, quando a coisa vai muito bem.

Que o diga Cl?udio Castro (foto ao lado), 48 anos e veterano de trabalho na Festa Country. Mais que isso: veterano de trabalho em festas, e ponto. Ele e toda a fam?lia, formada por esposa e tr?s filhos, se sustentam justamente em participar de feiras, exposi?es, shows e grandes festas com um stand de bebidas.

H? dez anos, Cl?udio estava ? beira da fal?ncia, quando decidiu apostar num segmento que ainda era novidade: pipoca de microondas. Armou uma barraquinha em festas das cidades de Ub? e Leopoldina e se surpreendeu com o resultado positivo: muito lucro, o que lhe possibilitou fugir das dificuldades financeiras, organizar a vida e escolher aquele como um caminho de caminho de salva??o e um neg?cio de fam?lia.

Desde ent?o, assumiram esta como a forma de darem rumo ?s suas vidas, mudaram o perfil da barraca (agora, apenas de bebida) e percorreram exposi?es de Ribeir?o Preto, Angra dos Reis, Barretos - al?m de toda a Zona da Mata mineira. De Festa Country, Cl?udio tem oito anos, sempre a postos com a sua barraquinha de cerveja, u?sque, vodka, caipirinha e conhaque. Mas nada ? muito simples. "? um trabalho dific?limo. Precisa ter disposi??o sobre-humana para atender e dar conta de todo mundo e tamb?m gostar da noite, de interagir com pessoas, de estar preparado para virar madrugadas atendendo aos clientes". "N?o se ganha muito, mas ? um ramo em que d? para conseguir dinheiro em boa quantidade de uma maneira muito r?pida".

Cl?udio alerta que o per?odo entre janeiro a abril ? vazio em ganhos nas feiras e festas. "Quando tem algum evento, n?o compensa, ? uma ?poca ruim. O melhor ? fazer poupan?a no resto do ano e tirar esses quatro meses para ficar quieto em casa", aconselha o homem que, de t?o experiente e conhecido no "ramo", recebe at? mesmo convites para montar um stand nas principais festas de v?rios locais do pa?s.

Apostando no lucro
Por sua vez, S?rgio Vieira da Silva, 28 anos, ? outro veterano de trabalhar em eventos, mas na Festa Country mesmo, ? a primeira vez que ele e um grupo de s?cios (a "cooperativa" est? reunida na foto ao lado) se arriscam. "Nunca t?nhamos montado por causa do pre?o de aluguel do espa?o", conta S?rgio, que finalmente conseguiu desembolsar os mais de R$ 3 mil que a prefeitura cobra pelo uso de uma pequena ?rea do parque. "Investimos uns R$ 8 mil e esperamos conseguir lucrar ao menos R$ 2 mil". E vale a pena? "Para quem vive disso, n?o tem jeito. O que vier est? compensando".

Pensamento parecido tem D. Elenice Leandro Benedito (foto ao lado), que desde a primeira edi??o da Festa Country bate ponto com sua barraquinha de churros. Sobre n?meros exatos D. Elenice, simpaticamente desconfiada das perguntas do rep?rter da ACESSA.com, n?o responde. Mas entrega uma pista: "eu costumo lucrar 50% do que eu invisto. A festa garante esse retorno, pela tradi??o e por ter gente demais circulando aqui. N?o tem como perder".

Ela relembra que j? teve preju?zos de vender os churros em outros eventos e n?o obter retorno financeiro algum. Revela n?o ter sido nunca o caso da Festa Country. "Perder dinheiro, n?o perco. No m?ximo d? pra empatar e ficar na mesma. Se perder, a? tem que trabalhar com outra coisa!".