Preços registram elevação na semana de Natal Às vésperas das celebrações de fim de ano supermercados, salões de beleza e outros serviços, aproveitam a onda consumista e aumentam os preços
*Colaboração
22/12/2007
Não são só as vendas e o movimento nas ruas que aumentam no fim de ano. Os preços também registram aumento significativo e cada setor tem a sua justificativa para a elevação dos preços.
Em Juiz de Fora, as frutas são o que apresentam os maiores aumentos (confira no Guia do Consumidor). Segundo a assessoria de um supermercado da cidade, esse aumento se deve às variações climáticas, que fazem com que os produtos agrícolas variem entre 20% e 25%.
Proprietário de um pequeno mercado no centro da cidade há 20 anos, Mauricio Rezende
(foto ao lado), confirma o aumento nos preços das frutas, mas seu diagnóstico é pior.
"As mercadorias mais finas chegaram a aumentar 80%"
, reclama. E esse aumento, fatalmente, é
repassado para o consumidor.
Com o espírito consumista aguçado, as pessoas lotam as ruas durante todo o dia e, na hora de voltar para casa, com as mãos cheias de sacolas, têm que apelar para algum tipo de transporte. Como essa época coincide com o período de chuvas, os táxis saem ganhando.
Segundo o taxista Ivan Barros Munck, todos os anos esse serviço
tem um reajuste simbólico (leia a matéria).
"A taxa é muito pequena. A bandeira dois aumentou
só 18%"
, diz ele. O taxista reclama que, embora o serviço aumente no fim do ano, o trânsito não ajuda.
"De que adianta aumentar a procura se o trânsito não flui, acabando na mesma"
, lamenta-se.
Feliz coincidência
A maioria dos salões de beleza entrevistados pela equipe do portal
ACESSA.com garantem não terem aumentado a taxa cobrada por seus serviços.
Wagner Roberto Gomes foge a essa regra. Proprietário de um salão
no centro da cidade, Wagner assume que aumentou. "Fizemos um pequeno reajuste
de 10%"
, diz ele.
O rapaz explica que esse é o único aumento que faz ao longo do ano. "Ficamos
um ano com um determinado preço e aumentamos em dezembro"
. Perguntado se o mês
de dezembro foi escolhido estrategicamente, ele diz que não.
"Na verdade, nunca pensei nisso, acho que foi uma feliz coincidência, já que
nessa época as pessoas estão mais motivadas a gastar e merecem algo mais para compensar
todo o sacrifício do ano"
.
As pessoas podem até estarem mais motivadas ao consumismo nessa época, mas os consumidores
não ficam nada satisfeitos com os aumentos de fim de ano. A auxiliar administrativa,
Rosane Carvalho não concorda com esse fato. "Acho errado,
eles deveriam manter o preço, acho até que venderiam mais"
, acredita.
* Marinella Souza é estudante de Comunicação Social da UFJF