Made in Juiz de Fora
Empresas da cidade exportam produtos para diversos pa?ses, mas algumas ainda sentem a necessidade de mais apoio do governo e da prefeitura

S?lvia Zoche
21/07/04

O diretor de marketing de uma confec??o, Jorge Garcia de Moraes, fala sobre a necessidade de negociar com empresas de outros pa?ses

Ou?a!

Jorge Garcia de Moraes

Com produtos de qualidade, Juiz de Fora atrai olhares do exterior para a moda praia e ?ntima, estojos para j?ias, cacha?a, meias e outras mercadorias.

Uma das formas de divulga??o no exterior ? atrav?s do Balc?o de Neg?cios, no site do Banco do Brasil. Para fazer parte deste grupo, o diretor de Marketing de uma confec??o de moda praia e fitness, Jorge Garcia de Moraes (foto ao lado), explica que o produto passa antes por uma equipe que analisa a marca e a qualidade.

"? feita uma triagem. Somente os bons produtos podem fazer parte do Balc?o de Neg?cios e nossa empresa ? uma das selecionadas. ? uma responsabilidade muito grande, porque as cole?es devem estar cada vez melhores e os equipamentos sempre atualizados", diz Garcia.

Leonardo Gabriel Rebou?as O diretor de uma malharia da cidade, Leonardo Gabriel Rebou?as (foto abaixo), tamb?m est? cadastrado no Balc?o de Neg?cios, e fala que este ? um site visto em todo mundo, o que aumenta o volume de negocia??o com o exterior.

"O site tem uma vitrine de ofertas de produtos e, atrav?s dele, tentamos prospectar vendas de at?, no m?ximo, U$ 10 mil. O risco ? menor, a entrega ? muito mais r?pida, podendo usar o tanto correio brasileiro como a Fedex americana", explica Rebou?as.

Diversifica??o
Como diz Garcia, "a publicidade ? a alma do neg?cio". Por isso, a empresa tem um site pr?prio e divulga sua cole??o em comerciais nos meios de comunica??o. A estilista da empresa, Maysa de F?tima Fernandes Moraes (foto abaixo), diz que sua cole??o est? sempre em capas de revistas e em programas de TV como o Caldeir?o do Huck. Maysa de F?tima Fernandes Moraes

Como a moda praia brasileira ? coqueluche no mundo todo, a empresa, que produz estampas exclusivas, faz neg?cios com Portugal, Espanha, EUA, M?xico e ?frica do Sul. "A moda primavera-ver?o, deste ano, est? com novas estampas. E j? estamos negociando a venda de nossa cole??o com outra empresa da Espanha", diz Maysa.

Garcia fala que foi preciso diversificar os neg?cios da empresa, quando perceberam que n?o podiam deixar a sazonalidade da moda praia, no Brasil, interferir na produ??o. "Na alta temporada, produzimos mensalmente 10 mil pe?as. Na baixa temporada, esse n?mero cai muito e, conseq?entemente, temos que diminuir o n?mero de funcion?rios", explica.

Mas antes de fecharem neg?cio no exterior, os empres?rios fizeram uma pesquisa, participaram de miss?es empresariais e rodadas de neg?cios. "Descobrimos que, assim como no Brasil, nosso p?blico-alvo tamb?m est? nas classes A e B", diz Garcia.

Foto: ACESSA.com J? a malharia de Rebou?as exporta h? bastante tempo. "Desde a segunda metade do Plano Real exportamos para o Mercosul. Depois da crise no final do governo Menem (Argentina), os outros parceiros (Paraguai e Uruguai) entraram em crise tamb?m e pararam de comprar. Mas agora j? voltamos a exportar e temos tr?s encomendas: uma da It?lia e duas da Espanha", diz.

A meta de Rebou?as ? que 20% de sua produ??o seja voltada para vendas em outros pa?ses, mas ressalta que n?o vai se esquecer do mercado interno. "? certo que exportar abre um leque de op?es, por?m n?o podemos perder o foco no mercado interno", diz.

O produto escolhido pela empresa para exporta??o ? a moda ?ntima masculina. "Como ? um vestu?rio que fica por baixo, n?o depende de esta??o do ano para ser vendida. E temos mais de 20 modelos de cuecas. Dentro de cada modelo, temos tecidos, cores e costuras diferentes", diz.

Apoio

A malharia de Rebou?as tem 45 anos de atividade e o diretor diz praticamente n?o ter recebido apoio do governo. "Existe apoio, mas as exig?ncias feitas ?s micro e pequenas empresas s?o t?o dif?ceis de cumprir que ? quase imposs?vel conseguir um financiamento", diz Rebou?as.

Foto: ACESSA.com Foto: ACESSA.com

Outra falha para Rebou?as ? com rela??o ? fiscaliza??o. "Daqui h? algum tempo, a FEAN (Funda??o Estadual do Meio Ambiente) vai fechar as f?bricas que n?o t?m esta??o de tratamento, mas n?o existe nenhuma instru??o quanto a isso. A fiscaliza??o s? multa. O resultado ser? o desemprego e a economia da cidade prejudicada", enfatiza. A esta??o de tratamento de Rebou?as foi constru?da com recursos pr?prios.

Foto: ACESSA.com Foto: ACESSA.com

Para o diretor de marketing Garcia, ? preciso que a prefeitura crie um show room permanente nos grandes centros industriais do mundo, em que os empres?rios de Juiz de Fora pudessem divulgar e negociar a sua marca. "? audacioso, mas d? para fazer", fala.

Foto: ACESSA.com

Outro fator apontado por Garcia s?o as reuni?es, realizadas pela PJF, com empresas de outros pa?ses. "As empresas do exterior que vieram ? cidade queriam vender para n?s e n?s quer?amos vender para eles. ? preciso trazer empresas que comprar?o da gente e n?o o contr?rio", conclui.