André Salles André Salles 29/04/2014

A mudança: responsabilidade de todos

colunaInicialmente afirmamos que realizar mudanças sem afetar os objetivos administrativos e sem afetar as individualidades não é nada fácil. Muitas vezes leva-se muito tempo para aprender que nosso ambiente de trabalho não será aquilo que almejamos; como uma aula que preparamos com tanto afinco não acontece conforme planejamos. Isto leva-nos a perceber que a organização é um eterno vir a ser. Não está pronta e encontra-se em constante movimento com vistas ao equilíbrio e manutenção própria.

Assim, de quem será a prerrogativa da mudança organizacional, do corpo diretor ou do corpo de funcionários? Partindo do princípio da visão ampliada, cabe à organização cumprir suas funções e cabe ao indivíduo executar suas tarefas da melhor forma que conseguirem. Que melhor contribuição pode fazer um padeiro senão um bom pão? A dificuldade está na integração de três elementos: a direção, o grupo e a individualidade. Também na integração de três energias individuais: o pensar, o sentir e o fazer.

Para Jair Moggi & Daniel burkhard, dentro da organização circulam energias que precisam, em seu devido trabalhotempo ser equilibradas e direcionadas. Trata-se da energia do pensar, a energia do sentir e a energia da ação (do querer). Para eles, chegaremos à essência dos processos de mudança "quando conseguirmos, de forma consciente, equilibrar o pensar, o sentir e o querer – o que é uma missão inalienável da individualidade, do 'eu', e que só é possível no e por intermédio do grupo, a partir de uma abordagem construtiva e integradora". Em síntese, eles querem afirmar que ao decifrarmos o mistério que é o ser humano estaremos decifrando o mistério da organização do trabalho.

Por isto é que o ato de pesquisar os processos grupais e, juntamente a eles, pesquisar o ser humano inserido no grupo pode construir uma mudança confiável dentro da organização. Se pudermos lançar um olhar desprendido, sem "preconceitos", para o pensar, o sentir e o agir do homem dentro da organização, teremos a nós mesmos revelado as forças dos arquétipos do pensar, do agir e do sentir de toda a organização e como estas forças atuam de maneira muito forte sobre os movimentos organizacionais.

trabalhoÀs vezes, e isto é natural, leva-se muito tempo para aprender que mesmo atuando com atenção nestes arquétipos, muitos desafios ou obstáculos surgem. Não queiramos ver a abordagem psicológica na organização como algo que vai resolver todos os problemas. Está aqui justamente um dos problemas. Como na vida, na organização tudo é processo e tem o seu tempo para a realização assim como necessita da colaboração de todas as disciplinas.

Os dois polos de um único "aspecto" não devem estar em contraposição, mas sim em equilíbrio e colaboração e em união. Os pensamentos que nos levam a denegrir o trabalho de um administrador ou a ignorar um simples trabalho de um funcionário devem ser transformados e evitados. Então, a mudança sempre foi e sempre será responsabilidade de todos os indivíduos, não importando o posto em que se encontram. Para uma simples verificação, antes de lançarmos uma reclamação sobre determinado funcionário ou diretor, verifiquemos se somos capazes de executar melhor a tarefa a eles designada. Reiteramos: o "correto pensar" é essencial para as organizações.


André Salles é Bacharel em Psicologia pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora; Pós-Graduado Latu-Sensu em Psicologia Fenomenológico-Existencial pela PUC-MG; Mestrado em área de Concentração Filosófica pela UFJF; Formação em Docência pelo DETRAN-MG - atuou como Professor e pesquisador em Psicologia Aplicada em Centros de Treinamentos de Condutores na cidade de Juiz de Fora; Foi Educador em disciplinas de Psicologia e Filosofia na Faculdade Sudeste de Minas – FACSUM; Conselheiro Administrativo em Psicologia do Trabalho junto ao Instituto Joaquim Soares de Oliveira, na cidade de Santos Dumont - MG; Detentor de Cargo Público do Governo Federal, onde atua em serviços Técnicos na área Operacional de Gestão de Pessoas, desde o ano de 2001; Psicólogo do Trabalho e Psicólogo Clínico vinculado à Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos; Curso em Formação Antroposófica e Educação Waldorf – Foundation Courses and Waldorf Certificate Program - pelo Sophia Institute – US. Saiba mais clicando aqui.

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