M?sico traz a moda de viola ? JF e afirma que muitos desconhecem a beleza da m?sica regional, de raiz, confundido-a
com o que ? veiculado na m?dia
Djenane Pimentel
10/01/05
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"Trazer a viola e a varanda de casa para dentro dos teatros e bares de Juiz de Fora": esta ? a proposta de Fabr?cio Conde, m?sico juizforano que, tocando e interpretando a can??o sertaneja, como gosta de enfatizar, devolve ? cidade suas ra?zes. A interatividade ? a marca dos shows de Fabr?cio, onde o violeiro conta causos, canta, toca, faz piada, fazendo o p?blico se deliciar e sentir saudades da inf?ncia na ro?a.
Apesar de jovem, 29 anos, o m?sico j? tem estrada. Fabr?cio conta que, desde cedo foi envolvido pela m?sica sertaneja, no sentido correto da palavra: m?sica de raiz, que vem do sert?o. Nascido em Juiz de Fora, ele passou a inf?ncia perambulando nas cidades da regi?o: Cataguases, Coronel Pacheco, Tabuleiro... "Acho at? que fazer este tipo de m?sica, para mim, significa mesmo um resgate da inf?ncia", admite.
Mas, at? come?ar a tocar viola caipira, Fabr?cio diz que "transitou muito". Aos oito anos de idade come?ou a estudar piano (estudou o instrumento por dez anos), at? que se interessou pelo viol?o. Os pais n?o o impediram de ir em frente e o m?sico acabou iniciando a carreira muito cedo, aos 15 anos de idade. Segundo ele, nunca foi muito de estudar, mas conseguiu concluir o segundo grau, mesmo com toda a ansiedade do mundo em parar tudo e seguir a carreira de cantor.
"N?o tocava em bares, n?o. Nessa ?poca, eu fazia parte de uma banda e tocava em bailes, formaturas... O que se tocava neste tempo era muito bacana e acho que aprendi bastante", diz.
Bola de Neve
Desde 1989, Fabr?cio viajou muito, mudou de cidade v?rias vezes,
acompanhando cantores de renome e aprendendo com eles. Mas em 2000, resolveu
voltar para Juiz de Fora e se dedicar a um projeto mais intimista. "Na
verdade, estava meio desinteressado de continuar. Queria algo para mim
mesmo", declara. Pensou em fazer uma m?sica que tivesse a ver com sua vida,
sem nenhum v?nculo comercial. At? que foi convidado a fazer uma apresenta??o
no Espa?o Mascarenhas e, depois deste dia, n?o parou mais.
"Ap?s essa apresenta??o, me chamaram para participar do XIII Festival Internacional de M?sica Colonial Brasileira e Antiga e depois fui parar no II Festival de Viola Viva S?o Gon?alo, al?m de participar de projetos como o Causos e Violas, do Sesc, a convite de Chico Lobo. "Nesta caminhada toda, eu conheci tantos violeiros bons, com mais de 20 anos de estrada... foi uma escola".
Fabr?cio ressalta o paradoxo em sua vida: "tive que parar para poder recome?ar e seguir fazendo o que eu queria realmente". Segundo ele, ser m?sico, e viver de m?sica, como ? o seu caso, se deve simplesmente ao imenso prazer de tocar e cantar. "N?o fa?o isso por estilo, por moda, nem nada... mas pelo meu prazer". Com isso, o cantor acabou conquistando um p?blico fiel, que o acompanha sempre nos shows pela cidade.
Vertente afastada da m?dia
Para Fabr?cio, o p?blico de Juiz de Fora ainda est? sendo educado para o
tipo de som que ele faz e, muitas vezes, faltam oportunidades de estar em
contato com o estilo. "Muita gente simplesmente desconhece a beleza da
m?sica regional e confunde m?sica de raiz, sertaneja, com o que ? veiculado
na m?dia". O m?sico completa, ainda, dizendo que a proximidade com o Rio de
Janeiro nos traz o p?ssimo h?bito de considerar que tudo que vem do interior
? cafona e ruim.
Conde j? participou de festivais de m?sica pelo Brasil afora, de programas de televis?o, ganhou pr?mios, tem dois cds gravados - S?o de Viola e Viola da Mata - e, para o futuro, o cantor deseja "montar uma apresenta??o instrumental; outra para contar est?rias; dar seq??ncia aos trabalhos dos discos e participar de alguns projetos sociais", informa.
Ele tamb?m recebeu um convite para ir a S?o Paulo, em mar?o, participar de um projeto com mais outros dois violeiros de renome. "Mas s?o projetos... e, como d? para perceber, a maioria das coisas em nossas vidas n?o est?o nas nossas m?os...", acredita.
O maior objetivo de Fabr?cio para 2005, ?, na verdade, "fazer os outros sorrirem, pensarem e ficarem cansados de tanto ficar feliz". "Quando voc? se permite se conhecer e se despe de alguns conceitos antigos, coletivos, voc? com certeza cresce. Eu cresci muito como ser humano nesses anos e, aos poucos, estou conquistando meu espa?o. Estou lendo autores mais interessantes do que lia antes e as coisas que o dinheiro compra, aos pouquinhos eu vou comprando... mas, o que o dinheiro n?o pode comprar, gra?as a Deus, eu sempre tive com fartura", finaliza.
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