
Hiperatividade e a droga
A nomenclatura utilizada hoje para a hiperatividade é o TDAH - Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade - que é um transtorno neurobilógico, vinculado a uma lesão cerebral mínima.
Sendo caracterizada como uma síndrome de conduta, por possuir como sintoma principal a atividade motora excessiva.
Existe também o Distúrbio de Déficit de Atenção sem Hiperatividade. E
diferente do TDHA é a hiperatividade de fundo social, aquela em caracteriza
crianças opositoras e desafiadoras, com comportamento agressivo - quando este
causado por famílias com alto grau de agressividade nas interações, podendo até
ser funcionais... embora seja raro, pois, normalmente são famílias
desfuncionais.
O bebê já manifesta estes sintomas quando chora muito e sem parar, é inquieto e desatento. Os pais devem logo procurar ajuda médica para o diagnóstico da hiperatividade.
Quando isso não é feito, a criança vai crescendo com dificuldades escolares. Os pais achando que é uma criança problema, sempre com queixas no âmbito sócio-familiar. Empregada não pára, reclamações constantes da escola, a família evita sair, visitar, viajar.
O casal começa a se desentender, a criança passa a receber mensagens duplas dos pais, pois um corrige, o outro desautoriza. Por fim, já não sabem como colocar os limites que, para o hiperativo, são inexistentes.
Bater aguça a raiva e a rebeldia; colocar de castigo, ele não fica; colocar para pensar, ele não consegue.
Aí vem outro drama, que é medicar ou não. Os avós normalmente não concordam, os pais temem o estigma do filho que toma remédio controlado. Os mais naturalistas se enveredam pela homeopatia, mas uns palpitam que é demorado e sem paciência interrompem, mesmo porque o hiperativo não se lembra de tomar o medicamento e acaba dando mais trabalho para o cuidador.
E aos trancos e barrancos chegamos na pré-adolescência do hiperativo, que não agüenta mais ser o diferente.
Ele pode ser tímido ou falante compulsivo. Vai experimentar o álcool e vai se sentir mais calma. Que sensação boa!... Nem que seja por curiosidade vai experimentar a maconha e se sentir zen e por aí vai.
Hiperativos são carentes dos neurotransmissores e é quando o usuário sento o alívio. Não significa que todo hiperativo se tornará um consumidor de drogas, mas as probabilidades são maiores, pelo perfil de impaciência, sentir-se desafiado diante do limite, intolerância perante a frustração, tendências depressivas, auto-estima baixa, famílias fesfuncional, sensação interna de inquietude.
Tudo isso poderá vir à tona junto e então poderemos ter o Adolescente Vulcão em Erupção.
Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar
Sobre quais temas (da área de psicologia) você quer ler novos artigos nesta seção? A psicóloga Ana Stuart aguarda suas sugestões no e-mail viver_psique@acessa.com.