Parto normal ou cesariana?
? preciso analisar cada caso, mas o parto normal ? o mais indicado
por evitar a pr?-maturidade do beb?
Rep?rter
10/03/2008
A auxiliar administrativa Michele Fortes (foto abaixo com beb?, ? esquerda) quando descobriu que estava gr?vida
j? tinha opini?o formada sobre qual o t?cnica preferia para o nascimento de J?lia.
"Fiz a op??o por cesariana. N?o queria sentir dor. A m?dica tentou me convencer
de fazer parto normal, mas desde o in?cio da gravidez j? tinha descartado a hip?tese"
.
Michele n?o ? a ?nica a temer o parto normal. Muitas mulheres tamb?m t?m essa concep??o,
entretanto, os especialista ressaltam que hoje ? poss?vel ter um parto vaginal tranq?ilo e sem dor. "Quem conhece o m?todo perde a inseguran?a"
, afirma a ginecologista
e obstetra, Rosely Bianco.
Segundo o m?dico e obstetra, Alexandre Ronzani (foto abaixo), criou-se a
cultura da cesariana anos atr?s. "Com a vida corrida, ? mais c?moda para as mulheres
e para os m?dicos marcar uma hora exata para o nascimento do filho. S? que ? preciso analisar
cada caso. Oriento as m?es, conforme o pr?-natal, informo sobre as t?cnicas e deixo
o casal bem ? vontade para decidir sobre o processo. Agora, tem m?dico que na primeira
consulta j? quer marcar a cesariana"
.
Ronzani afirma que o parto normal ? atualmente o mais indicado por se tratar de um
fen?meno natural, que pode ter a participa??o da fam?lia e por evitar a pr?-maturidade
do beb?. Al?m disso, a amamenta??o ? estimulada no parto, enquanto que na cesariana
a m?e pode demorar mais para come?ar a alimentar a crian?a com o leite materno. "A recupera??o [no parto normal] tamb?m ? mais r?pida e o parto n?o acontece de uma hora para outra.
O m?dico acompanha toda a gravidez e pode se prever o momento do nascimento"
, ressalta.
Em rela??o ? cesariana, o m?dico explica que se trata de um procedimento cir?gico e
que pode apresentar o risco de infec??o e hemorragia. Ele enumera os casos em que ?
recomendado: despropor??o entre feto e a bacia da m?e, posi??o anormal (posi??o
transversa ou p?lvica), altera??o da placenta, sofrimento fetal e em casos de diabetes
e hipertens?o. "A ces?ria limita o n?mero de partos seguintes"
, alerta.
A jornalista Sabrina de Lima (foto abaixo, ao centro) optou por parto normal e acredita ter
sido a melhor escolha. "Informei-me sobre as vantages para a m?e a para o beb?.
Tive a minha filha no s?bado ? tarde e no domingo estava em casa para almo?ar. Logo
comecei a ir ao supermercado e levar a vida normalmente, sem desconfortos"
, conta.
Estefani Brito (foto abaixo, ? direita), gr?vida de nove meses, est? ? espera do nascimento do segundo filho. "Assim como na primeira gravidez, estou optando pelo parto vaginal. Tive
uma recupera??o tranq?ila e foi f?cil at? para come?ar a amamentar"
.
Campanha pelo parto normal
O n?mero de cesarianas que s?o realizadas em Juiz de Fora ? alarmante. Segundo Rosely
Bianco, chega a 90% em redes particulares e no Sistema ?nico de Sa?de (SUS) ultrapassa
os 40%. "O Minist?rio da Sa?de quer reduzir o ?ndice para 30%
, revela.
Para reverter este quadro, a Ag?ncia Nacional de Sa?de Suplementar (ANS) lan?a movimento
a favor do parto natural e redu??o das cesarianas desnecess?rias. "Com a conscientiza??o
dos m?dicos e das gestantes isso ? poss?vel. Aquela imagem de novela com a mulher
gritando, sofrendo, n?o existe"
.
Para as gestantes que quiserem mais informa?es para se preparar para a chegada do filho,
h? institui?es que oferecem cursos de gestantes. Geralmente, abordam a quest?o da dieta, aleitamento,
conscientiza??o do parto, dentre outros assuntos. "As gr?vidas s?o bem esclarecidas e
descobrem a? que o parto normal n?o ? traum?tico"
.
Campe?o Mundial de cesarianas
Dados fornecidos ? ANS demonstram que a propor??o de cesarianos no Brasil fica em torno de 80%. Este percentual ? discrepante, se comparado ao recomendado pela Organiza??o Mundial de Sa?de (15%) e aos resultados encontrados em outros pa?ses, tais como Holanda (14%), M?xico (34%) e Chile (40%). Al?m disso, a propor??o de cesarianas do setor suplementar influencia negativamente os dados nacionais: no sistema p?blico de sa?de brasileiro, esta propor??o ? de 26%, bem pr?xima aos valores encontrados nos outros pa?ses, enquanto o resultado nacional, que considera partos realizados nos setores p?blicos e privados, ? de 43%.
Fonte: ANS
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