Juiz-forana Renata Monti lança livro Tô Frito neste sábado

A jornalista Renata Monti, do O Globo, lança neste sábado, 19 de agosto, na Planet Music, no Alto dos Passos, o livro "Tô frito! – Uma coletânea dos mais saborosos desastres na cozinha". A obra, em parceria com a crítica de gastronomia Luciana Fróes, reúne histórias contadas em primeira pessoa por 20 chefs de destaque, em depoimentos às jornalistas que, sem qualquer pudor e com bastante humor – ressaltado nas ilustrações de Paulo Villela –, dividem as saias-justas que encaram todos os dias. O lançamento, pela editora Rocco, será das 16h às 19h.

O projeto é um apanhado de erros que acontecem nesse fascinante mundo da alquimia de odores e sabores, alguns bem-sucedidos, outros nem tanto, que foram parar nos cardápios dos melhores restaurantes brasileiros. Renata conta que as histórias foram surgindo durante os anos trabalhando na redação do Globo. “Sempre voltávamos das reportagens com algum caso curioso ou engraçado dos chefs. Surgiu assim, do nosso cotidiano. E um dia, tomando um café, pensamos: vamos colocar isso no papel? Foi um ano e meio de entrevistas para coletar toda essa memória da cozinha de grandes chefs brasileiros”, destaca.

Receitas do inusitado

Houve aquela vez que Claude Troigros, por descuido, deixou o grão de risoto cair na frigideira quente. Resultado: foi criado o arroz pipoca, sucesso no Olympe, no Rio. É também o caso da farofa baiana, de Robert Sudbrack. A farofa escura, de gosto amargo e textura única, foi fruto do ponto a mais em que ficou na panela. Presença de espírito é necessária quando um chef vê o que criou desmoronando à sua frente. São inúmeros casos, difíceis de serem selecionadas. “Foi difícil escolher, porque são muitas histórias hilárias dos bastidores das cozinhas. Todo chef tem uma situação "Tô frito", daquelas em que está enrascado, mas consegue se sair bem, com jogo de cintura”, relata a jornalista.

Novo interesse

Para Renata, existe um novo interesse dos brasileiros pela alta gastronomia, conquistada através da acessibilidade às escolas gastronômicas e viagens nacionais e internacionais. “Com o crescimento econômico da era Lula, muitos tiveram acesso a viagens, conheceram a comida de outras regiões brasileiras e internacionais. Saímos do arroz com feijão para provar outros sabores. Então, acho que o interesse veio do aumento da renda associado à cultura gastronômica”. Ela completa que a própria mídia tem explodado melhor este campo, com programações direcionadas. “Ainda nos últimos anos, os programas de televisão popularizaram e espetacularizaram esse interesse. Por isso, o retorno do público tem sido muito positivo. As pessoas estão interessadas nas histórias das cozinhas, primeiro porque a comida é algo muito ancestral, e segundo por esses fatores”.

Carreira

Desde o início de sua carreira, a juiz-forana sempre esteve próxima das receitas. Ela lembra que iniciou trajetória aí em Juiz de Fora, com orgulho de ter estudado na UFJF, e estagiado na ACESSA.com. “Há dez anos, fazia a cobertura de cidade, mas me lembro que na ACESSA tive a oportunidade de publicar algumas receitas, como de alcachofra. Então, sempre tive interesse, mas não imaginava que esse seria o assunto principal das minhas coberturas hoje. A vida vai nos levando a caminhos inesperados. Essa é a beleza. Sou grata por esse acontecimento”, relata.

Para aumentar a curiosidade, a jornalista diz que os leitores podem esperar um livro com pitadas de bom humor e histórias de superação. “O que vemos neste livro é que os chefs não são somente as celebridades que a televisão mostra, mas sim pessoas que lutaram muito para conquistar o seu espaço. Uma lição que tirei do livro é que errar é humano e fundamental para o nosso crescimento”.

A autora também vai participar neste domingo, 20, da Feira Literária de Rio Novo.

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