O esconderijo perfeito
Todo ser humano tem um esconderijo. Este lugar é aquele que nos faz sentir seguros, em paz e que conseguimos recarregar as energias para mais um ano de trabalho. Há pessoas que se escondem no interior de sua casa, de seu quarto, em meio a multidão, numa praia, na casa de algum parente, namorado (a) ou amigo. Tem gente que se esconde dos problemas em lugares opostos ao seu ambiente de moradia, seja na natureza ou nas grandes cidades. Alguns preferem lugares novos e repletos de novidades. Outros preferem lugares vazios e inócuos.
O meu esconderijo é movimentado de seres puros e inofensivos, longe da perversidade humana, longe da poluição e dos barulhos do trânsito das grandes cidades. Meu refúgio é cheio de alegria e de natureza. Tem cheiro de café, broa, queijo fresco e terra molhada. Tem pegadas de cavalos, vacas, cachorros e galinhas, onde todos vivem em harmonia e se tratam como se fossem da mesma família. Em minha guarida, tem barulho da cachoeira e o roçar das rodas das carroças. Tem a graça do sotaque dos nativos e a receptividade do "opa", "bom dia" ou "tarde" dos apreciadores de cachaça.
Localizado a aproximadamente 262 quilômetros de Juiz de Fora, Lambari é um município do estado de Minas Gerais. De acordo com o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da população em 2014 é de 20.564 habitantes, sendo que grande parte do território é composta por área rural. Famoso por suas fontes de água mineral, o município de Lambari faz parte do Circuito das Águas de Minas Gerais.
Lambari é um lugar singular. À beira do Lago Guanabara, encontra-se a belíssima Bougainvillea, a maior espécie do mundo, com 18 metros de altura. Além desta curiosidade, poucos sabem que o requeijão tipo catupiry foi criando em Lambari, em 1911, levando então o nome da marca Catupiry (aquele da caixinha branca, redonda).
O meu refúgio é famoso por sua fauna e flora. É composto por cachoeiras de águas cristalinas, campos verdes e matas nativas. A simplicidade reina por lá, onde não precisamos nos preocupar com as aparências. Camiseta, jeans surrado e um bom e velho sapato são os melhores trajes durante o dia, sem falar nas botas de couro e o chapéu que a maioria usa para ir ao centro ou fazer passeios turísticos.
O meu esconderijo é bom em todas as estações. Podemos curtir o verão aproveitando o calor para dar um mergulho nas cachoeiras ou dar um passeio de bicicleta ao redor do lago. Na estação de frio tem festival de inverno, e podemos nos esquentar com os bons vinhos ou as cachaças da região, sem falar no comércio de roupas de lã, artesanato, decoração e móveis típicos.
Espero que você também encontre seu lugar secreto, onde possa recarregar as energias, descansar da semana turbulenta do trabalho ou ficar à toa pensando na vida. Quem sabe o meu esconderijo passa a ser o seu também?
Eduarda Guerra é jornalista, amante da natureza e apreciadora de bons vinhos, livros e esportes ao ar livre. Com sua mochila inseparável, adora conhecer novos lugares e pessoas de culturas diferentes.
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