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Muito estudo e várias áreas de atuação
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Rita Couto
*colaboração
15/06/2005
Se você acha que o profissional de química só pode dar aulas e que as disciplinas ensinadas na faculdade são como as estudadas no segundo grau, preste atenção e descubra como as áreas de atuação de um químico são mais amplas do que você imagina!
O curso de Química oferece aos estudantes duas modalidades profissionais: a licenciatura e o bacharelado.
O licenciado em Química pode ser professor do ensino médio e o bacharel
dedica-se à pesquisa e tem a possibilidade de trabalhar no setor industrial,
acadêmico e empresarial.
"O químico com uma sólida formação pode trabalhar em indústrias de base, de fármacos, de plásticos, petroquímicas, até mesmo a área de oceanografia tem oferecido oportunidades para o profissional bem preparado", explica o físico-químico Luiz Fernando Cappa de Oliveira (foto ao lado), professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
De acordo com Rosana Colombara, coordenadora e professora do curso na UFJF, o mercado de trabalho é extenso por causa da interface da Química com quase todas as outras áreas da ciência, como biologia, medicina, geologia e física.
"O químico pode atuar desde a síntese, que é a execução e o planejamento, de inúmeros insumos básicos, quer sejam inorgânicos ou orgânicos, até o controle de qualidade de matérias primas e produtos acabados para indústrias dos mais variados segmentos, como farmacêutico, alimentar, cosméticos, agricultura, siderúrgica, dentre tantos outros", explica a coordenadora.
"Pode-se ressaltar ainda outro campo de atuação bastante importante que é o
controle e preservação do meio ambiente através de novos processos
industriais, avaliação do nível de poluentes e métodos para tratamentos de
resíduos. Dependendo do direcionamento da carreira, o Químico pode ocupar
cargos como chefe, supervisor, analista, pesquisador ou professor
universitário, quer seja em indústrias, órgãos públicos ou ainda em
instituições de pesquisa ou ensino superior", continua.
Segundo o professor Hélio Ferreira dos Santos, a Química ainda é uma
Ciência experimental.
"Alguns aspectos a que nos dedicamos na Química não têm, aparentemente, uma
razão. Às vezes fazemos todo um estudo de uma molécula apenas porque é
interessante", conta.
"O curso que oferecemos na UFJF apresenta a Química como uma ciência básica, sem o perfil tecnológico. A maioria dos universitários que se formam aqui fazem pós-graduação, mestrado e seguem a linha acadêmica, ministrando aulas no segundo grau", explica o professor.
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Além da Química | ![]() |
"O jovem que pensa em fazer o curso tem que se preparar para estudar. Além
disso, tem que gostar muito de física e matemática, pois a formação de um
químico também envolve essas diciplinas e por isso muitos se assustam quando
chegam na faculdade", continua Hélio.
O susto é bem comum entre os calouros. Fabrícia Alves (foto ao lado), aluna do sexto período, conta que, quando ingressou na universidade, achou muito diferente a química ensinada no colégio e a ensinada no curso.
"Eu levei um susto quando entrei na faculdade! Não esperava ter que estudar tanta física e matemática. O curso de química é muito bom, mas o aluno tem que se dedicar e estudar bastante", comenta.
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A faculdade | ![]() |
Com duração de quatro anos, a UFJF é a única instituição de ensino superior
que oferece o curso de Química em Juiz de Fora.
No início, a faculdade oferece disciplinas básicas de Matemática, Física e
das quatro áreas da Química: Inorgânica, Orgânica,
Físico-Química e Analítica. Depois, o aluno tem a possibilidade de direcionar o seu curso para
licenciatura, complementando sua formação com disciplinas da área de
educação, que o habilitam a lecionar no ensino médio, ou para o bacharelado,
no qual o estudante amplia e aprofunda os conhecimentos em cada uma das
áreas da Química.
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Diferença | ![]() |
Muitas pessoas se perguntam qual a diferença entre o químico e o bioquímico. A resposta é bem simples. O professor Luiz Fernando diz que o bioquímico se difere do químico por se dedicar exclusivamente aos sistemas vivos, às formações orgânicas e que, por isso, estão diretamente ligados ao curso de Farmácia.
*Rita Couto é estudante do terceiro período de Comunicação Social da UFJF