Artigo |
28/12/2001
Natal, R?veillon, festas e, enfim, f?rias... ?poca bastante oportuna para abordar um assunto muito discutido e atual que ? a quest?o dos viciados em trabalho e que j? est?o inclu?dos em uma nova categoria, a de workaholic.Muitas pessoas entrar?o de f?rias ?vidas por aproveitar o tempo livre para descansar, ir ? praia, passear e repor a energia gasta durante o ano para que se possa iniciar o pr?ximo de maneira saud?vel e disposta. Entretanto, existe um time que far? isso um tanto contrariado e at? angustiado. S?o os viciados em trabalho.
Trabalham exageradamente, de doze a quatorze horas por dia, sem contar os s?bados domingos e feriados em que continuam imersos no mundo das atividades laborais. Levam tarefa para casa, praticamente n?o t?m sequer hor?rio para o almo?o, pois aproveitam esse tempo para fazer reuni?es ou resolver alguma pend?ncia (se ? que existem pend?ncias) pois eles n?o aceitam falhas e n?o se desligam das atividades produtivas.
Passam pouco tempo com a fam?lia e mesmo quando est?o presentes o assunto ? sempre o trabalho. . Sendo assim, o per?odo de f?rias torna-se um supl?cio, pois longe de seu ?habitat natural? sentem-se muito incomodadas, acreditando que est?o desperdi?ando tempo com futilidades e que por isso s?o pessoas in?teis. Anseiam para voltar ao trabalho, n?o conseguem relaxar.
? evidente que a quest?o econ?mica e social, sem nenhuma d?vida, contribui, consideravelmente, para que a pessoa tenha uma atitude workaholic. Poucos empregos, menores sal?rios, condi?es de vida desfavor?veis, o mercado extremamente competitivo, tudo isso obriga o indiv?duo a se sacrificar no trabalho na tentativa de obter reconhecimento e benef?cios, trabalhando al?m da capacidade do corpo e da mente.
Entretanto, o que se pretende ressaltar ? o comportamento da pessoa, que mesmo sem maiores dificuldades financeiras insiste no trabalho exaustivo, sem limites e sem descanso. Tal comportamento pode remeter ao descrito em um artigo escrito anteriormente ?A Crise energ?tica e o comportamento das pessoas? e que pode ser chamado de obsessivo compulsivo. Engloba justamente aquele tipo de pessoa que elege uma determinada forma de agir padronizada na tentativa de suprir uma demanda interior.
Seria interessante que conseguisse encontrar uma possibilidade de conciliar produtividade com sa?de, assim o desenvolvimento econ?mico n?o se prejudicaria e haveria menos doentes por excesso de atividade intelectual.
Al?m da grande baixa da qualidade da vida pessoal, esse tipo de
profissional n?o ? bem visto pelo mercado, pois acabam tendo uma vis?o
limitada do restante do mundo por focar apenas os neg?cios. O volume intenso
de trabalho costuma interferir no rendimento do servi?o, visto que essas
pessoas est?o mais suscept?veis ao estresse, ao mal-estar f?sico e
psicol?gico.
O fato ? que muitos desses viciados em trabalho, mesmo os que se percebem como tal, preferem continuar imersos nessa categoria, insistindo no discurso de que mais importante que a sa?de e a qualidade de vida ? a produtividade final. Sendo assim ? bem poss?vel que dentro de pouco tempo, se ? que j? n?o exista, estar?o sendo criados os novos tipos de grupo de apoio, o W.A., ?Workaholics An?nimos?. O que seria uma atitude bastante sensata.
Denise Mendon?a de Melo
? psic?loga, formada pelo
Centro de Ensino Superior
de Juiz de Fora.
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