"Você pensa que cachaça é água? Cachaça não é água, não!...Cachaça vem do alambique, e água vem do ribeirão [...]". Essa é uma marchinha de Carnaval famosa que canta sobre a cachaça, e por falar nela: hoje, quarta-feira (13), é comemorada o Dia Nacional da Cachaça, uma bebida que, segundo o Mapa da Cachaça, além de ser uma bebida brasileira, é um dos destilados mais antigos da América.

Tendo a cana-de-açúcar como única matéria-prima, a bebida é produzida do caldo fresco extraído da cana, chamado também de garapa ou suco da cana. Ainda de acordo com o Mapa da Cachaça, para a qualidade da bebida é recomendável que se extraia o caldo em no máximo 48 horas após o corte da cana utilizando moendas adequadas. Uma bebida destilada produzida de outras fontes como frutas não pode ser chamada de cachaça. Podemos citar, por exemplo, um destilado de caju que é aguardente de caju, não uma cachaça de caju. E, ainda, se forem adicionadas ervas ou especiarias no destilado, mesmo esse sendo de cana, não é possível identificá-la como cachaça, mas sim como uma aguardente composta.

FOTO: Divulgação - Semana da Cachaça

História da Cachaça

Conforme o Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), a origem da cachaça pode ser encontrada por meio de duas vertentes históricas que ocorreram durante o início da colonização do Brasil, feita pelos portugueses.

Apesar de não haver um registro preciso sobre o verdadeiro local onde a primeira destilação da cachaça tenha sido iniciada, o Instituto afirma que ela se deu em algum engenho de açúcar situado no litoral do Brasil entre os anos de 1516 e 1532.

Entre as teorias da criação da bebida, existem duas que tentam explicar, de maneira lógica, como se deu o início da produção do destilado:

- A primeira, relata que os portugueses, acostumados a tomar destilado de casca de uva - chamado bagaceira, improvisaram uma bebida destilada a partir da fermentação e destilação de derivados do caldo da cana-de-açúcar, que produzia o mesmo efeito do destilado português.

- A outra versão conta que, nos engenhos de açúcar, durante a fervura da garapa para fazer o açúcar, surgia uma espuma que era retirada dos tachos e jogada nos cochos dos animais. Com o tempo, o líquido fermentava e transformava-se num caldo, a que se dava o nome de “cagaça”, que parecia revigorar o gado, que frequentemente ia consumi-lo. Percebendo esses efeitos, os escravos experimentaram e passaram também a bebê-lo.

Como os portugueses já conheciam as técnicas de destilação, começaram a destilar o mosto fermentado da cabaça, provavelmente também do melaço, subproduto da produção de açúcar, e do próprio caldo de cana, dando origem à Cachaça – a aguardente de cana brasileira.

 

Salinas, a capital nacional da Cachaça

Em Minas Gerais, localizada na região do Vale do Jequitinhonha, fica Salinas, cidade reconhecida como capital nacional da cachaça. Segundo a Associação dos Produtores Artesanais de Cachaça de Salinas (APACS), são 130 produtores e cerca de 200 marcas localizadas na cidade, todas 100% artesanais.

De acordo com a Prefeitura de Salinas, o título de capital nacional é mais do que uma homenagem e representa bem o quanto a cachaça é importante para a economia de pouco mais de quarenta mil habitantes.

Além de oferecer sabores surpreendentes, a cidade proporciona aos amantes da cachaça um encontro com um dos melhores museus da história da cachaça do país: O Museu da Cachaça. Esse é um equipamento turístico/cultural que iconiza o produto que o denomina como bem de alta relevância para a economia e para a cultura da região. Foi projetado para ser um diferencial no Norte de Minas e no Brasil, como equipamento cultural difusor de um precioso bem da economia regional e para falar da história da cachaça, fundindo-a com a história do Brasil.

Salinas ainda é um roteiro muito procurado para a profissionalização de quem deseja trabalhar com aguardente. O curso superior de Tecnologia em Produção de Cachaça ministrado pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, único do país com este propósito, vem formando mão-de-obra especializada em áreas que vão desde a plantação da cana até o gerenciamento da fabricação.

FOTO: Arquivo/Prefeitura de Salinas - Museu da Cachaça

Semana da Cachaça em Juiz de Fora

Em comemoração ao Dia Nacional da Cachaça, Juiz de Fora dá início a Segunda Semana da Cachaça da Zona da Mata, nesta quarta-feira (13). As atividades seguem até sábado (16) com palestras, curso, feira, entre outras ações. Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA), da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), o intuito do evento é quebrar paradigmas sobre o destilado nacional, permitindo que o produto ganhe novos espaços e territórios.

A edição deste ano busca retratar a temática "Por que não cachaça? Um problema sociocultural de consumo". De acordo com Hugo Fernandes, um dos organizadores da semana, “na primeira edição do evento realizado no ano passado, fizemos um balanço da produção de cachaça no Brasil com ênfase na nossa produção local. Esse ano, a mensagem é para o consumidor: Por que não cachaça? No Brasil, a cachaça é interpretada como uma bebida de mais baixa categoria, possui uma conotação negativa devido à sua origem, mas essa representação cultural desfavorável em nosso país não se estende no exterior, onde o significado da cachaça está atrelado à paixão, mania, à incorporação do modo de ser brasileiro, entre outros aspectos da cultura. Hoje, segundo uma pesquisa realizada pelo Sebrae em 2008, a cachaça pode ser encontrada em quase todo o mundo. No exterior, a cachaça significa o próprio espírito do Brasil, ela representa o samba, o futebol, o carnaval, entre outros aspectos culturais brasileiros reconhecidos no mundo”.

Para tratar sobre essa temática, na próxima sexta-feira, 15, às 19h, haverá uma palestra gratuita com o sommelier Paulo Sagarana. O encontro será no Auditório Beato Arnaldo Janssen, no Centro Universitário UniAcademia, localizado na Rua Halfeld, nº 1179, Centro. Não é necessário realizar inscrição.


Confira a programação completa:

Quarta-feira, 13/09 às 19h

Samba com Carlos Fernando

Local: Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro, 356, Jardim Glória)


Quinta-feira, 14/09, de 14h às 17h

Curso: Análise Sensorial de Cachaça

Instrutor: Estevão de Souza castro (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar)

Local: Centro Universitário UniAcademia (Rua Halfeld,número 1179, Centro)

Investimento: R$ 100 reais - 20 vagas


Horário: 19h
Roda de Choro com Clube de Choro de Juiz de Fora

Local: Reza Forte (Rua Doutor João Pinheiro, 356, Jardim Glória)

 

Sexta-feira, 15/09 às 19h

Palestra com Paulo Sagarana: Por que não Cachaça? Um problema Sociocultural de consumo

Local: Auditório Beato Arnaldo Janssen - Centro Universitário UniAcademia (Rua Halfeld, número 1179, Centro)

 

Sábado, 16/09 às 8h

Feira da Agricultura Familiar dos Produtores Rurais de Goianá e minicursos gratuitos

Local: E.M. Pref. José Loures Ciconeli (Rua Maria Lima, 1809, Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Goianá.

Horário: 18h

Show com Chico Lobo

Local: E.M. Pref. José Loures Ciconeli (Rua Maria Lima, 1809, Bairro Nossa Senhora de Lourdes, Goianá

Arquivo/Prefeitura de Salinas - Museu da Cachaça

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