Quarta-feira 5 de agosto 2009, atualizada às 18h

Sacolas plásticas deverão ser substituídas por produtos biodegradáveis ou reutilizáveis

Daniele Gruppi
Subeditora

A lei que proíbe o uso de embalagens plásticas no comércio e também na indústria foi sancionada pelo prefeito Custódio Mattos na última terça-feira, dia 4. Os estabelecimentos terão prazo de três anos para substituírem as sacolas plásticas por produtos biodegradáveis ou reutilizáveis.

O presidente da Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AMA/JF), Theodoro Guerra, aprova a medida. "As sacolas plásticas comprometem a qualidade de vida. Tornou-se um hábito da população reutilizá-las para o armazenamento do lixo. É comum vermos as sacolas voando e entupindo os bueiros."

Conforme a lei, as empresas que continuarem utilizando sacolas plásticas após o prazo de três anos serão notificadas. Será dado um prazo de 30 dias para adequação à regra depois da notificação. Se o problema se mantiver, os estabelecimentos poderão receber multa no valor de R$ 500 ou, em caso de reincidência, de R$ 1 mil. O local notificado também poderá sofrer interdição e ter o alvará de localização e funcionamento cassado.

Desenvolvendo a consciência de preservação ambiental

Há um ano e oito meses, uma rede de supermercado de Juiz de Fora lançou como alternativa ecologicamente correta sacolas de tecido de algodão. O artigo é vendido por R$ 1,99. Segundo o gerente de marketing, Nelson Júnior, o valor foi imposto não para dar lucro, mas para, além de desenvolver a consciência de preservação do meio ambiente, ajudar instituições filantrópicas. A ideia tem tido boa repercussão, tanto que já foram lançados mais dois modelos de sacolas retornáveis.

Com a nova lei, Júnior afirma que a empresa ainda vai estudar o produto ideal para substituir as sacolas plásticas. Ele acredita que se trata de uma quebra de costume e que o consumidor terá que mudar os hábitos. "Defendo uma campanha para esclarecer que as sacolas plásticas são as grandes vilãs do meio ambiente."

Oportunidade de negócio

Disponibilizar no mercado artigos para substituir as sacolas plásticas pode ser uma boa oportunidade de negócio para os empreendedores. De olho neste filão, a proprietária de uma marca de bolsas da cidade, Gaby Gonçalves, já pensa em desenvolver um produto mais simples para que as pessoas possam carregar as compras de supermercado.

Ela também prepara para lançar na loja um modelo de bolsa retornável. "Será para os clientes. Quando uma mercadoria for adquirida, o cliente leva a bolsa para casa. Se voltar na loja para a próxima compra com ela, ganhará um desconto", explica.

Trabalhar de forma ecologicamente correta já era uma preocupação de Gaby antes mesmo de a lei ser sancionada. Ela comprou sacolas biodegradáveis para embalar os produtos da marca. A empresária também optou por decorar a loja com materiais recicláveis e utiliza como principal material para seus produtos a lona de caminhão usada. Gaby pondera, entretanto, que os custos de se trabalhar com esta consciência são maiores.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes