Felicidade contagia Uma pessoa feliz é capaz de atrair situações boas e também de transformar o ambiente em que está, deixando-o mais leve, afirma especialista
Repórter
05/12/2008

Felicidade contagia? Uma pesquisa publicado na revista científica British Medical Journal aponta que a felicidade de uma pessoa não é só uma escolha ou experiência individual, mas que está ligada "à felicidade dos indivíduos aos quais a pessoa está conectada, direta ou indiretamente".
Os pesquisadores Nicholas Christakis, da Escola de Medicina de Harvard, e James Fowler, da Universidade da Califórnia, mediram como as redes sociais estão relacionadas com a sensação de felicidade de uma pessoa. O estudo revela que a felicidade de uma pessoa pode "contagiar" aqueles com quem ela se relaciona.
Segundo a psicóloga Luciana Cetrim (foto abaixo) uma pessoa feliz é capaz de atrair
situações boas e também de transformar o ambiente em que está, deixando-o mais
leve e bem-humorado. Ela afirma que a tristeza também influencia. "Se você está num
ambiente negativo e que a pessoa só reclama, você começa a ficar inquieta."
Luciana explica que a felicidade é um estado de espírito quase permanente e que difere da alegria.
"Ficamos alegre quando passamos numa prova importante, quando compramos um carro
ou ganhamos uma grana extra. Mas, isso não preenche o ser humano. A felicidade
está ligada à amizade, aos sentimentos e à espiritualidade independe de obstáculos,
perdas ou ganhos."
Existem pessoas que têm pré disposição para a melancolia e outras para serem mais
extrovertidas. Mas, não se nasce feliz ou infeliz. Para a psicóloga é preciso treinamento
e mudanças de posturas para alcançar a felicidade.
"Pode-se conquistá-la
através dos amigos, da convivência com pessoas positivas e de uma crença independente
de religião.
Para a psicóloga Patrícia Fontana, a felicidade é transitória e não
há uma regra de ouro que se aplique. "Ela é, essencialmente, subjetiva, e cada
um tem que descobrir a seu modo o que o deixa feliz. Não há como falarmos pelo sujeito,
não há como ‘receitar’ para o outro algo que é meu. Cada sujeito tem que se entender
com seu desejo e com sua (in)satisfação"
.
Patrícia afirma que uma das exigências da atualidade é que as pessoas sejam felizes.
"No mundo moderno, é inadmissível que o sujeito fique triste, que se inquiete diante
de suas questões, de questões que a vida lhe impõe."
Ela afirma que a busca pela tão sonhada felicidade faz com que se invista maciçamente
em meios de tentar obtê-la."Em diversas circunstâncias, profissionais são convocados
a fornecerem a receita da felicidade, como se ela fosse algo permanente. Pesquisa-se,
estuda-se, escreve-se, inventa-se de todas as formas meios de tornar-se feliz, na vã
tentativa de escamotear uma falta que é estrutural, inerente à condição de humano"
.
O jornalista Guilherme Schroder acredita que felicidade e tristeza
contagiam. "Acredito na troca de energias, sejam elas positivas ou negativas. Procuro
estar perto de pessoas positivas, espirituosas, alegres para ter essa troca boa."
A atendente Brenda Santos afirma que no ambiente de trabalho percebe
que as pessoas estão concentradas nas tarefas e que se esquecem de cumprimentar
os colegas. "De manhã é sagrado eu dar um bom dia a todos com um grande sorriso,
as pessoas correspondem e o ambiente fica mais leve. Todos deveriam experimentar
sorrir, é a melhor terapia."