SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ataques dos EUA contra grupos pró-Irã mataram ao menos 19 pessoas no leste da Síria, informou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseada no Reino Unido. A ofensiva ocorreu em retaliação à morte de um empreiteiro americano na última quinta (23).

Dos mortos, três eram soldados do regime de Bashar al-Assad, e 16, milicianos ligados ao Irã, sendo que 11 tinham nacionalidade síria.

Na quinta-feira, um ataque de drone de origem iraniana atingiu uma base da coalizão internacional antijihadista liderada pelos EUA perto de Hasake, no nordeste da Síria, matando um empreiteiro e ferindo outro, além de cinco soldados, de acordo com o Pentágono.

Segundo o jornal The New York Times, duas autoridades do governo americano disseram que o principal sistema de defesa aérea da base não estava totalmente operacional no momento, levantando questões sobre se os atacantes detectaram essa vulnerabilidade e a exploraram, ou simplesmente enviaram o drone naquele momento.

Não ficou claro o motivo para que o sistema não estivesse totalmente funcional e que diferença isso fez na defesa da base. O sistema de defesa antimísseis Avenger, chamado RLZ, podia estar em manutenção, segundo um dos oficiais envolvidos.

O conflito escalou nesta sexta-feira (24), quando forças americanas e iranianas atacaram umas às outras com foguetes.

Apesar da ofensiva, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu, durante entrevista coletiva no vizinho Canadá, que seu país não busca entrar em conflito com o Irã de jeito nenhum, mas que está preparado para "agir com força" para proteger os americanos.

Cerca de 900 soldados dos EUA estão na Síria como parte de uma coalizão internacional que luta contra o que resta do grupo terrorista Estado Islâmico. Os militares são alvos frequentes de ataques das milícias.

O Irã é um grande apoiador do ditador Bashar al-Assad na Guerra Civil síria, que já dura 12 anos. Grupos iranianos e seus aliados estão estabelecidos nas áreas próximas à fronteira com o Iraque, que constituem um importante ponto de passagem de armas para Damasco.

O combate entre os americanos e as forças pró-Irã, um dos mais graves desde 2019, ameaçam acabar com os esforços recentes para diminuir as tensões no Oriente Médio. Na região, as potências rivais Irã e Arábia Saudita deram passos em direção à reaproximação nos últimos dias, após anos de conflito.

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