Vacinação contra Gripe A tem início em Juiz de ForaProfissionais da saúde e indígenas integram o primeiro grupo de pessoas a serem imunizadas. Reações à vacina são as esperadas em qualquer campanha

Clecius Campos
Repórter
8/3/2010

A vacinação contra a Influenza A (H1N1) teve início em Juiz de Fora nesta segunda-feira, 8 de março. A primeira fase da campanha de imunização vai vacinar 7.444 trabalhadores da saúde que atuam nos 37 municípios sob jurisdição da Gerência Regional de Saúde de Juiz de Fora (GRS-JF) até o dia 19 de março. As vacinas são aplicadas nos locais de trabalho dos profissionais. Indígenas também participam da primeira etapa da campanha.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Regional Centro-Sul, 80% dos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, recepcionistas e encarregados de serviços gerais já foram imunizados. "Estamos abordando os profissionais em seus horários de folga e aproveitando para vacinar. A prevenção é importante, pois dá tranquilidade ao profissional que atua nesta área", afirma a supervisora da UBS, Sueli Gervázio.

Segundo a referência técnica de imunização da GRS, Ângela Lara, mais que tranquilidade, a vacina dá segurança. "O objetivo dessa campanha é proteger aqueles que estão no grupo de risco. Os profissionais da saúde estão sendo imunizados porque precisam estar saudáveis para evitar que os serviços sejam fechados ou haja falta de atendimento devido à doença. Além disso, a imunização daqueles que atuam no enfrentamento à H1N1 evita o ciclo de disseminação profissional - paciente - profissional", explica.

Segundo Ângela, a vacina contra a Gripe A é composta do próprio vírus H1N1 inativado em laboratório. "Isso significa que o vírus não está vivo, por isso não é capaz de causar a doença." Mesmo sem ação, o vírus é capaz de ativar o sistema imunológico, para que o corpo crie anticorpos e proteja o indivíduo contra a doença. "A vacina pode demorar entre 5 e 15 dias para estimular a produção dos anticorpos."

Aplicação e possíveis reações

Foto da vacinaO 0,5 mililitro da vacina é aplicado de forma intramuscular. De acordo com Ângela, para adultos é indicada a injeção do líquido no deltóide — músculo superficial subcutâneo, que fica na parte mais alta do braço, próximo à clavícula. Para crianças, a indicação é aplicar a vacina no vasto lateral da coxa.

"Todas as vacinas podem dar alguma reação local. Isso faz parte da resposta do organismo àquela substância. Tais reações são benignas e melhoram sozinhas." Entre os possíveis sintomas estão vermelhidão, edema e dor. "É normal que fique um pouco vermelho ou dolorido, mas não há o que temer. A reação é esperada em qualquer vacina."

O corpo também pode reagir de forma adversa. No entanto, segundo Ângela, as possíveis reações não indicam que a pessoa contraiu a gripe. "O vírus está inativo. Ele é incapaz de causar a doença. Mas algumas pessoas podem ter febre, dor no corpo, cefaleia, mal-estar e indisposição. Os sintomas são parecidos, mas não é gripe." A vacina pode ser tomada concomitantemente a outras, sem prejuízo ao organismo. "É importante que todos do grupo de risco sejam vacinados, pois essa vacinação nos dará mais apoio no combate à doença, enquanto o extermínio da pandemia é inviável."

Próximas fases

Os próximos alvos da Campanha de Vacinação contra a Influenza A (H1N1) começam a ser imunizados a partir do dia 22 de março. Gestantes, doentes crônicos e crianças de seis meses a menores de dois anos recebem a vacina entre 22 de março e 2 de abril. A população de 20 a 29 anos começa a receber as doses em 5 de abril e tem até 23 de abril para se vacinar. Entre 24 de abril e 7 de maio, a vacinação endêmica integra a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, que imuniza pessoas com mais de 60 anos contra a gripe comum. Nesta ocasião, os idosos com doenças crônicas serão vacinados contra a Influenza A. A população entre 30 e 39 anos recebe as doses entre 10 e 21 de maio. Em Juiz de Fora, 241.946 pessoas poderão ser vacinadas.

Os textos são revisados por Madalena Fernandes