Academias registram procura até 50% maior no período pré-Carnaval O movimento deve-se à procura por aulas de samba, pagode, axé e funk, entre outros ritmos. Quem pratica chega a perder entre 300 e 400 calorias

Aline Furtado
Repórter
14/2/2011

O verão, somado à proximidade do Carnaval, faz com que o movimento aumente até 50% nas academias de Juiz de Fora. Uma das razões é que as pessoas esperam estar bem preparadas, tendo em mente os ritmos em alta no momento, a fim de não fazer feio na passarela, nos blocos ou atrás dos trios elétricos. Além disso, como no verão a exposição dos corpos acaba sendo maior, a frequência às aulas de dança pode ser sinônimo de boa forma.

"A atividade física queima calorias sim. No caso da dança, por exemplo, a perda pode girar em torno de 300 a 400 calorias. Mas, para quem quer manter a boa forma, é fundamental manter uma alimentação equilibrada", destaca o gerente de duas academias da cidade, Márcio Paschoal Franco Ragone. Ele menciona que a procura pelas atividades físicas cresce em torno de 20%, mas quando se trata de aulas de dança, com ritmos que variam entre o axé, o samba, o pagode e o funk, o movimento cresce aproximadamente 50%. "A dança mix é a aula com mais demanda."

Já o proprietário de outra academia, Marcelo Brigatto, ressalta que a procura cresce entre 30% e 40%. "O samba ainda é o mais procurado neste período, mas, curiosamente, o interesse pelo samba gera também um aumento da procura por outras danças, como o axé, o funk, e até mesmo o pole dance." De olho neste filão, as academias preparam aulões especiais de samba, com a participação de bateria de escolas de samba da cidade e decoração temática.

Segundo Brigatto, a menos de 20 dias do início do Carnaval, ainda dá tempo para aprender ou se aprimorar. "O bacana é que o samba acaba abrindo espaço, ainda, para outros ritmos da dança de salão, como bolero, salsa, gafieira, entre outros." Ragone acrescenta que não é preciso ter qualquer tipo de noção para aprender o básico do samba ou dos demais ritmos. "A pessoa precisa ter força de vontade e, se for extrovertida, fica ainda mais fácil. Aliás, um dos grandes benefícios das aulas é a diversão garantida."

E não há idade para adquirir o remelexo necessário para cair no ritmo da Folia do Momo. Entre os inúmeros benefícios oferecidos pelas aulas de dança, que são apontados pelos especialistas, estão condicionamento cardiovascular, equilíbrio, coordenação motora e tonificação dos músculos. 

Retorno positivo

Com atuação diferente das academias, as escolas de dança costumam montar uma grade de cursos voltados para esta época. "Oferecemos cursos de verão nos dois primeiros meses do ano, abordando danças como zouk, salsa, tango, além, é claro, samba. Trata-se de um período em que as academias estão lotadas porque é verão, mas o movimento na escola tende a cair devido às férias. Contudo, o retorno tem sido positivo", afirma a professora, coreógrafa e proprietária de uma escola de dança, Silvana Marques.

Uma das explicações pela procura é o movimento que vem ocorrendo em forma de resgate de outros carnavais, como novo espaço para o samba de raiz e as marchinhas. "Mudou muito depois do advento do axé, mas o que temos percebido é que existe um movimento de retomada."

Tudo mundo pode sambar

Silvana afirma que aprender o samba no pé, ou seja, o samba-enredo, das passarelas do samba, não é simples. "É possível passar a técnica em uma aula, mas a evolução vem com o passar do tempo. Se a pessoa não tem facilidade, é preciso muito treino", aponta a professora, lembrando que a dificuldade vem pela rapidez com que o samba se apresenta. "Quanto mais rápido, maior o grau de dificuldade."

Ela conta que, durante os cursos de férias, os alunos têm oportunidade de aprender desde o samba Partido Alto, que é o samba cadenciado e mais lento, até o samba no pé, o conhecido samba das passistas das escolas de samba. Além disso, Silvana lembra que a dança se diferencia se for praticada por mulher ou por homem. "A mulher tende a mexer mais o quadril. Já nos homens, o samba fica mais concentrado na rapidez das pernas."

Os textos são revisados por Thaísa Hosken