Cultivo da macaúba para produção de biocombustível em Viçosa tem investimento de R$ 5,7 milhões
Cerca de R$ 5,7 milhões são investidos na Universidade Federal de Viçosa (UFV) para que a entidade desenvolva tecnologia de cultivo de macaúba para fabricação de biodiesel. O montante é destinado pela Petrobrás e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
A instituição foi escolhida por ter tradição em pesquisas sobre a macaúba, tendo desenvolvido uma técnica para propagação de sementes que alavancou a porcentagem de germinação de 3% para 80%. Há menos de dez anos, a macaúba era extraída do seu ambiente natural porque havia dificuldades em plantar sementes.
O desafio dos pesquisadores da UFV é promover o melhoramento genético, buscando variedades cada vez mais produtivas e adaptadas aos diferentes ambientes do país, para que o óleo da macaúba, extraído de seu endosperma, possa ser transformado em combustível. Isso porque, a média natural é de geração de quatro cachos de frutos por ano e, o que os pesquisadores querem, é subir essa produção para até seis cachos. Além disso, outra preocupação é que as plantas cruzadas possam gerar frutos maiores, capazes de produzir mais óleo.
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Para isso, a UFV dispõe de um banco de germoplasma, uma área onde foram plantadas mudas rústicas de todas as variedades conhecidas da planta para os testes com cruzamentos genéticos, na cidade de Araponga, próxima a Viçosa. No local, os pesquisadores já conseguiram desenvolver plantas mais resistentes a pragas e doenças.
Vantagem do uso da macaúba
A vantagem do uso do óleo da macaúba como combustível é que a planta é cerca de três vezes mais eficiente em relação ao consumo de água para a fixação de gás carbônico que a mamona, considerada uma planta de clima seco, também com potencial para produção de biodiesel. O esperado é que a quantidade de óleo produzido por hectare de macaúba seja em torno de cinco a seis vezes maior que a de soja. A planta ainda ganha da única planta que produz óleo em escala industrial, o dendê, com a vantagem de poder ser encontrada em todas as regiões do país, enquanto o dendê é típico de locais com altos índices de chuva, sendo restrito às áreas costeiras e região amazônica.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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