Ele considera-se um divulgador da capoeira e acredita que todo capoeirista deve sentir-se assim tamb?m
S?lvia Zoche
Rep?rter
30/11/2005
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Dedica??o ? capoeira praticamente as 24 horas do dia. Assim ? a vida
de Gl?ucio Anacleto de Almeida, mais conhecido como professor Cuit?
(foto ao lado), 32. "O nome Cuit? ? mais conhecido que o Gl?ucio,
porque divulgo bem a capoeira", ressalta o professor. O amor pela arte teve
in?cio aos 11 anos de
idade e aos 19 j? come?ou a dar aulas. "As pessoas estranham, at?
hoje, quando falo que dou aulas de capoeira e perguntam como ? poss?vel viver s? com este trabalho", diz.
E vive... com prazer! Mesmo quando precisa batalhar muito com seus amigos e
s?cios da academia de capoeira para fazer o batizado dos novos alunos. ? que
nesta ?poca, eles trazem outros capoeiristas do Brasil, consagrados,
inclusive oferecendo cursos, para
que os novatos possam conhecer.
Mas isso custa
caro, porque passagem de ida e volta, hospedagem, alimenta??o durante os dias
em que ficam aqui, fica por conta da comiss?o organizadora do evento. "Aqui
em Juiz de Fora ? muito dif?cil conseguirmos patroc?nio. Temos apoio de
restaurantes e hot?is, por exemplo, e a maioria dos apoios s?o de amigos
nossos. Mesmo com dificuldade, compensa, porque podemos mostrar a capoeira
de forma positiva para a sociedade que assiste ao evento", explica.
Al?m de promover batizados, cursos e workshops, professor Cuit? ? convidado
a participar em outras cidades e por isso possui um calend?rio para o ano
inteiro.
Os professores mais prestigiados s?o chamados a participar. Este
ano, ele j? foi para cidades de Minas Gerais como Rio Novo, Leopoldina e
tamb?m para outros estados, como Rio de Janeiro (RJ), S?o Gon?alo (RJ), Vit?ria da
Conquista (BA) e Manaus (AM). "Todo ano as viagens aumentam, porque
conhecemos outras pessoas de lugares diferentes que gostam do nosso trabalho. Quando
fui ? Manaus, me convidaram para participar de um batizado em Recife, lugar
que ainda n?o visitei".
"Em mais ou menos, 50 pa?ses existe a
capoeira e para aprend?-la ? preciso saber o portugu?s, porque as m?sicas, o
ensinamento, o nome dos grupos s?o todos na nossa l?ngua". Cuit? morou at?
no Jap?o, por seis meses, em 1995, apresentando a capoeira numa casa em que se
apresenta shows tipicamente brasileiros.
Cuit? j? foi at? para Alemanha, em 2003, participar de um evento para os
estrangeiros que amam a capoeira. "? um grupo brasileiro que coordena o
trabalho l? e no Brasil. Neste workshop, havia cerca de cem alunos. ?
incr?vel como a capoeira fora do Brasil ? valorizada. Precisamos de uma
pol?tica de valoriza??o", pondera. Cuit? acrescenta que a capoeira ? um grande
divulgador da l?ngua portuguesa.
Workshop - Alemanha
Projeto JF Paz
Em setembro de 2004, Cuit? entrou para o projeto da prefeitura de Juiz de Fora
chamado Juiz de Fora nos Trilhos da Paz, mais conhecido entre os
participantes de JF Paz. "Foi realizada uma pesquisa para ter um primeiro
diagn?stico dos bairros mais carentes e com maior criminalidade na cidade,
entre outros fatores. No levantamento realizado sobre o que as comunidades
desejavam como esporte e lazer, a capoeira foi citada em todos os lugares",
orgulha-se.
Como Cuit? j? teve dois projetos seus aprovados pela Lei Murilo Mendes, apresentou a comiss?o do projeto, que avaliou e colocou em pr?tica. As comunidades tamb?m foram consultadas para saber a prefer?ncia de professores de capoeira. Cuit? foi indicado pelo bairro Santa C?ndida. "J? imaginava isso, porque dei aula em uma escola municipal de l? por tr?s anos seguidos. Mas mesmo assim foi muito bom saber sobre a escolha e respeitamos esta indica??o". No in?cio do projeto, Cuit? era somente instrutor. Agora, tamb?m corrdena a capoeira do JF Paz.
Por que Cuit??
"Na capoeira, todos recebem um apelido. Como a minha cabe?a tem o formato do
fruto do cuit?, que ? usada para fazer cuias, fiquei com este apelido at?
hoje", explica.
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