Cal Coimbra Cal Coimbra 29/6/2012

Qual a melhor respiração para a fala?

BebêA mais correta é a costodiafragmática. Ela ocorre principalmente na respiração fonatória tranquila. Essa é, normalmente, a respiração vital, mas, ao falarmos, desorganiza-se. Na respiração costodiafragmática, a expiração ocorre pela própria elasticidade dos tecidos distendidos pela inspiração. É mais comum nos homens do que nas mulheres. É essa modalidade que promove as vozes faladas mais belas de se ouvir.

Outra modalidade encontrada em falantes brasileiros é a "sem predominância" (nem da região costal superior, nem da inferior), tanto em respiração vital quanto em respiração fonatória de pequeno rendimento. É típica da inibição respiratória por condições de timidez, ansiedade, angústia e medo de falar.

Modalidade muito comum de ocorrer é a costal superior em inspiração, principalmente no sexo feminino, em geral associada à ansiedade. Ocorre também em expiração nas pessoas que falam para além das reservas de ar, quando é comum observar-se um afundamento do peito.

A retenção respiratória ou compressão ou respiração inversa (também conhecida como "esforço vocal") caracteriza-se da seguinte forma: os músculos abdominais se contraem, impedindo a expansão do diafragma e até da região costal superior. A rigidez permanece durante a fonação, que se realiza com esforço visível. É também mais encontrada no sexo feminino, e mais comum do que se imagina.

Em se observando os bebês e os mamíferos quando dormem, será fácil compreender o que é respiração costodiafragmática. Essa modalidade ocorre também quando de um esforço físico com bloqueio respiratório.

A respiração costal inferior tem sempre pequeno rendimento, quando ocorre com a fonação em ambos os sexos.

A abdominal caracteriza-se por ocorrer tanto em inspiração quanto em expiração. Nessa modalidade, durante a inspiração a massa abdominal é empurrada para baixo e para fora, aumentando tão só o diâmetro vertical do tórax. É menos comum, ocorrendo em geral em pessoas obesas.

O último tipo que temos encontrado em nossa experiência é a rigidez costal. Esse tipo se caracteriza pela fixação da caixa torácica com enrijecimento da musculatura das costas. É muito frequente na expiração fonatória, sobretudo no sexo masculino, podendo ocorrer com qualquer outra modalidade, quando a fonação entra pelas reservas de ar.

Assim como os movimentos respiratórios de inspiração e expiração se desorganizam na fala, desencontrando-se em modalidades diversas, porque o processo de produzir voz falada não é consciente para quem fala, assim também se desorganiza, pelo mesmo motivo, o processo de abastecer-se de ar para gastá-lo ao falar e de reabastecer- se conforme o gasto durante a fala.


Cal Coimbra
é psicóloga e doutora em Fonoaudiologia.

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