Quarta-feira, 10 de setembro de 2008 atualizada às 10h41
Mapro implanta projeto de conservação de armaria

A Fundação Museu Mariano Procópio - Mapro está realizando o "Projeto de acondicionamento" de sua rica
e diversificada coleção de armaria, abrangendo um total de 285 peças.
A servidora envolvida na iniciativa, a museóloga do Departamento de Acervo Técnico,
Maria Ângela Camargo Cavalcante, ressalta seu interesse crescente pelo acervo.
"Depois de ficar em contato com as peças, compreendi que a arma não é só
um objeto voltado para matar, ele também tem a função de defesa, caça, pesca, cerimonial e
muitas outras. Por isso, deve-se valorizar este acervo tão precioso da história"
.
A coleção é composta por armas brancas, como espadas de infantaria e sabres de cavalaria; de fogo, como fuzil e clavinote; de choque, além de acessórios de armaria e munição. As preciosidades são diversas, como o facão com bainha (foto), de marfim, aço e veludo, que pertenceu a Francisco I, Rei da França (1494 - 1547), um dos grandes mecenas e difusor do Renascimento, além de ter iniciado a construção do palácio de Louvre.


Outra raridade presente no acervo são as archas da Imperial Guarda dos Archeiros, do período de D. Pedro I (foto acima à direita). A Associação Cultural de Apoio ao Museu Mariano Procópio (ACAMMP), através da Assessoria de Programação e Acompanhamento da Mapro, conseguiu aprovação do projeto no Ministério da Cultura, por meio do programa Mecenato, e captou recursos no valor de R$ 21 mil pela Cemig. Em abril deste ano, foram entregues cerca de 300 metros de manta de polietileno, 125 caixas de polipropileno (plástico resistente) e outras 80 placas que servem para revestir e acondicionar de forma ideal as peças.
O trabalho
Quatro etapas foram realizadas durante o projeto. Primeiramente, a equipe da Mapro fez o trabalho de higienização, imunização, diminuindo a ação do tempo, como oxidação e ferrugem. Depois partiu para produção da ficha de documento, com dados da coleção, como categoria do acervo, código de arrolamento, classificação, data ou data atribuída, material e técnica utilizada, anotações sobre qualquer tipo de inscrição na peça, estado de conservação e descrição do objeto. Logo foi verificado se a peça estava em funcionamento ou não. Finalizando, a equipe de museólogos, armeiro e auxiliares acondicionou o acervo nas embalagens.
A museóloga Alice Colucci de Martin, que também fez parte do projeto no início,
ainda afirma que a pesquisa teve o objetivo de garantir segurança e acessibilidade
do acervo aos pesquisadores. "As caixas de acondicionamento facilitam o manuseio
para que as peças não fiquem encostadas uma nas outras, minimizando o atrito e a
migração de fungo e cupim, por exemplo. Vale destacar também o armazenamento e
transporte por meio de material estável"
.
As armas do projeto que funcionam ainda serão registradas, neste ano, de acordo com a Lei.
* Informações com base no release enviado pela assessoria do Mapro