SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-presidente e hoje senador do Paraguai, Fernando Lugo, 71, teve AVC (acidente vascular cerebral) em seu gabinete, nesta quarta-feira (10), e está em coma em um hospital do país. A condição de saúde dele é estável.
Segundo o médico e senador paraguaio Jorge Querey, membro da coalizão política de Lugo, a lesão do ex-presidente é "relativamente pequena". O derrame foi isquêmico, doença que leva à interrupção do fluxo sanguíneo no cérebro.
"Dentro da complexidade, a situação está controlada. Se não tivermos uma surpresa, o prognóstico é bom", acrescentou, especificando que "a hemorragia do ex-presidente é pequena graças aos medicamentos que ele toma". Lugo chegou ao hospital de cadeira de rodas.
A expectativa é que os médicos façam exame de ressonância magnética nas próximas horas para checar o tamanho exato dos danos do derrame. Segundo a agência de notícias Reuters, o ex-presidente será transferido para outro hospital ainda nesta quarta. Ele deve ficar em coma induzido, ao menos, até quinta.
"Não sabemos como esses sintomas podem se comportar no futuro", alertou Querey.
A deputada Esperanza Martínez disse à imprensa que Lugo já se sentia mal desde segunda (8), quando retornou da Colômbia, onde participou da cerimônia de posse do presidente do país, Gustavo Petro. "Ele é hipertenso e está em tratamento", comentou.
Quando presidente, Lugo foi diagnosticado com linfoma de Hodgkin -câncer com origem no sistema linfático. Ele se tratou no Brasil.
Lugo assumiu o poder do país em 2008, mas foi afastado quatro anos depois pelo Senado paraguaio. Na época, os parlamentares acusaram o esquerdista de mau desempenho de suas funções. A decisão foi contestada por aliados. O ex-presidente Lula, por exemplo, chamou o processo de golpe.
Antes de entrar na política, Lugo era bispo católico. Ao ser eleito, se tornou o primeiro presidente não membro do partido Colorado, de direita, desde 1954 -início da ditadura de Alfredo Stroessner, filiado à legenda.
Nos últimos anos, tem se posicionado com frequência sobre assuntos políticos de outros países da América do Sul. No ano passado, por exemplo, as vésperas das manifestações de 7 de Setembro, insufladas pelo presidente Jair Bolsonaro, Lugo assinou uma carta que considerou os protestos "uma insurreição" que "colocará em risco a democracia no Brasil".
Meses antes, foi signatário da carta assinada por líderes sul-americanos que pedia à Justiça peruana o reconhecimento da vitória do esquerdista Pedro Castillo à Presidência.
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