O disparo da arma de fogo que vitimou uma menina de 10 anos em um trailler no Bairro Bela Aurora, em uma troca de tiros ocorrida no dia de 11 de maio, foi feita por um homem de 24 anos, que já está preso. A informação foi confirmada pelo titular da Delegacia de Homicídios, Samuel Neri, em coletiva de imprensa realizada na manhã desta sexta-feira (15). O crime teria sido motivado pela expulsão do suspeito de uma facção criminosa que atua no tráfico de drogas na localidade.
Segundo o delegado, conforme apontam as investigações, o suspeito foi expulso de uma organização que teria ligações com o Comando Vermelho (CV). Em ocasião anterior, ele teria cometido um crime com um comparsa que foi preso e não o teria protegido. Por esse motivo, o grupo o baniu. Ele se associou com um grupo rival, que se intitula simpático ao Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme detalhou Neri. “Ele conhecia a região e fez ameaças específicas.Naquele dia, ele voltou para atacar. Ele conhecia os alvos.”
O que reforça essa linha de investigação, para o delegado, são os indícios de que houve troca de tiros no local. “O carro que foi apreendido foi baleado na lateral. O motorista do carro, um homem de 21 anos, conhecia também o local. Ele foi baleado na perna. O carro morre e a troca de disparos continua. Ele religou o carro e eles avançaram atirando.”
A dúvida que restava era sobre de que arma partiu o tiro que vitimou a criança, que estava no trailer do pai dela. No depoimento, o homem disse que assim que ouviu o primeiro disparo, fez as duas filhas que estavam no local se abaixarem. Ele usou o próprio corpo para proteger as duas. Porém, segundo o delegado, o tiro atingiu e transpassou a primeira criança e atingiu a segunda. Na noite do crime, a perícia não encontrou o projétil do disparo. Em uma segunda visita à cena do crime, no entanto, no exato local em que o pai indicou que ficou abaixado com as duas filhas, o projétil deformado foi encontrado. “É fundamental a insistência da equipe em refazer a perícia quantas vezes for necessário. O local estava idôneo e isso colaborou muito”, salientou o titular da Especializada em Homicídios.
Após o mapeamento dos possíveis coautores dos delitos, a equipe representou pela execução de mandados de busca e apreensão que culminaram na apreensão do revólver calibre 357, do qual partiu o disparo que vitimou a criança. A prisão do suspeito e a apreensão da arma ocorreram no dia 1º de julho. O exame de compatibilidade balística comprovou a correspondência entre o projétil e a arma.
O carro utilizado no crime, da marca Lifan, é incomum, conforme Samuel Neri, o que dificultou a identificação do automóvel, que também estava com uma placa com informações adulteradas. O veículo usado no crime era roubado, ele foi abandonado após o ocorrido, e há imagens dele em alta velocidade. Por meio também de imagens do carro, a Polícia busca identificar dois outros envolvidos no caso, que estavam no carro no dia do crime.
O autor e o motorista estão presos e responderão por homicídio qualificado, consumado em relação a criança e tentado em relação a outras três vítimas, também responderão formação de organização criminosa, receptação, adulteração de sinal identificador de veículos. Um terceiro envolvido, pertencente a facção rival também foi preso por tráfico de drogas.
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