A Polícia Militar (PM) informou que a facção criminosa denominada Primeiro Comando da Capital (PCC) não está mais em Juiz de Fora. A informação foi passada durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (8) pelo comandante da 4ª Região de Polícia Militar (4ª RPM), coronel Marco Aurélio Zancanela do Carmo. 

A chegada do PCC em Juiz de Fora foi em 2020, quando o PCC começou a mandar pessoas para, principalmente, o Bairro Santo Antônio, e várias foram presas pela PM.

A escalada no aumento de homicídios na cidade começou em agosto de 2022 com as mortes de adolescentes, em uma disputa entre o PCC e o Comando Vermelho (CV).

“Integrantes do PCC foram até um local de venda de drogas no Bairro Vila Ideal e atentaram contra a vida de três menores, sendo dois mortos e um conseguiu sobreviver. Desde então começou uma escalada de homicídios em Juiz de Fora proveniente desse confronto entre os traficantes que estavam na cidade, que costumeiramente compravam drogas do CV no Rio de Janeiro, devido à proximidade geográfica, tentando frear a tentativa do PCC de vir para cá”, explicou Zancanela.

Estratégias

Em março deste ano, a PM adotou a estratégia de reforçar a atividade de inteligência com efetivo e qualificação, além de investir em tecnologias para a área de investigação e a ocupação de viaturas em áreas de confronto.

“Criamos o Grupo de Intervenção Estratégica e Segurança Pública com o Ministério Público, estreitamos laços com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado [Gaeco], a Polícia Civil, com o Judiciário, que nos apoiaram em diversas ações com êxitos na prisão de integrantes do PCC e do CV”, afirmou o coronel.

Ele ressaltou que, com essas ações, o PCC se enfraqueceu, tentou se consolidar no Bairro Santa Rita, mas foi freado com a ocupação da polícia. Foi descoberto ainda um sítio na cidade de Rio Novo, que teve as ações repreendidas com prisões e apreensões de arma de fogo.

“Recebemos informações no dia 25 de novembro que parte desses integrantes saíram de Juiz de Fora e alguns largaram o PCC. Não podemos afirmar que eles não vão voltar, mas faremos de tudo para que o ambiente jamais seja favorável ao retorno dessa organização criminosa em Juiz de Fora”, enfatizou Zancanela, que completou que as ações continuam na cidade para combater as organizações criminosas, como foi a prisão do chefe do Comando Vermelho em Juiz de Fora na última terça-feira (5).

Ocupações

O coronel Zancanela contou que assim que o PCC saiu da cidade começaram a aparecer, principalmente nos locais anteriormente ocupados pelo PCC, comunicados do Comando Vermelho em postes dizendo para os moradores não ligarem para a PM e que eles negociariam e mediariam os conflitos da região.

“Estão tentando trazer modelo de comunidades dominadas e em Minas Gerais não existe isso, não existe um local que uma guarnição policial não entre, não existe local que tenha cancela de traficante para identificar quem entra e quem sai. Em Minas Gerais quem domina são os órgãos constituídos, quando a gente em um bairro os traficantes fogem, pulam muros. Então esse modelo não tem sustentabilidade aqui”, enfatizou.

Zancanela afirmou que a PM continuará atuando de forma preventiva e repressiva contra a criminalidade. A ideia de ocupar mais regiões da cidade também é estudada.

“As regiões de maior ocupação são Vila Ideal, que tinha dois principais pontos de droga na principal avenida que funcionava quase como drive-thru e conseguimos acabar, Santo Antônio, Santa Rita, Vila Esperança, Sagrado Coração, Bela Aurora e Jóquei. Estamos estudando a ampliação dessas ocupações para outras regiões da cidade”, finalizou.

Dados 

Neste ano a cidade já registrou 65 homicídios. De janeiro a maio deste ano, a PM registrou 39 homicídios, com o ápice de mortes em maio, com 13 registros. Entre janeiro e julho, foram 26 homicídios.

Em 2018 foram 76, seguido 55, 57e 43, em 2019, 2020 e 2021, respectivamente. 

“Grande parte desses homicídios em razão desse enfrentamento do Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital. A partir desse conhecimento, nós implementamos em Juiz de Fora, a partir de 1º de junho, algumas ações como o trabalho de inteligência focado na reestruturação do trabalho de inteligência, potencializando uma repressão qualificada nesses autores envolvidos nas organizações criminosas e as ocupações, a presença policial nesses locais que as organizações criminosas tentavam tomar”, explicou o tenente-coronel Marcelo.

Durante a coletiva, o tenente-coronel Yamaguchi apresentou dados estatísticos sobre as prisões realizadas em Juiz de Fora entre 1º janeiro e essa quinta-feira (7), de 2022 e 2023.

Veja abaixo os números de prisões em 2022 e 2023, respectivamente:

  • Prisões em geral: 5.241 - 7.193
  • Por tráfico de drogas: 608 - 962
  • Prisão/apreensão de foragidos: 496 - 720
  • Apreensões de arma de fogo: 254 - 276
  • Uso e posse de drogas: 720 - 1.233

"Todos os indicadores demonstram uma atuação eficiente e proativa da PM no combate à criminalidade", afirmou o tenente-coronel Yamaguchi.


  

Nathália Alves - Policia Militar - Coletiva de Imprensa

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