O Natal passou, mas parte da ceia permanece guardado em potes devidamente distribuídos pelas geladeiras de quem participou das reuniões familiares. Os quitutes são feitos para sobrar o excesso é quase um integrante das receitas. No fim de ano, além da ceia de Natal e as comemorações de Ano Novo, temos muitas confraternizações, muitos encontros com amigos, familiares e colegas de trabalho. Esses encontros geram mais possibilidades para um consumo alimentar mais calórico, com mais açúcar e gorduras.
É importante lembrar que comer é algo social, por isso, segundo a médica endocrinologista Thaís Tannure, a gente tem que entender, respeitar e aproveitar esses momentos, pois o alimento ele serve não só para matar a fome, como também para os momentos socialização e interação com outras pessoas. Então, a gente não tem que culpabilizar a situação ou a comida em si, até para não criarmos um vínculo negativo com o alimento.
Outro ponto a ser considerado, segundo a médica, é, se tem alguém que está, por exemplo, em um momento de restrição alimentar, seguindo alguma dieta, ou por alguma condição de saúde que exige maior cuidado, ou até mesmo para a gente não exagerar, é importante traçar algumas estratégias antes de ir para alguma confraternização ou ceia de Natal. “A dica é não chegar com muita fome nestas ocasiões. Tem gente que deixa de comer a tarde por conta da ceia. Deve-se evitar esse hábito e fazer as refeições normalmente para que quando você chegar ao evento coma para socializar e não para saciar, sem aquele excesso de estar fisiologicamente com fome. Outra orientação é comer de forma pausada, sem pressa, para se alimentar de forma mais prazerosa.”
Diante de uma mesa repleta de tentações e de receitas feitas pelas mãos das pessoas que amamos, que dedicaram tempo e afeto para nos agradar por meio do paladar, é quase impossível dizer não. E ninguém espera que você resista de fato a provar as delícias das festas. Mas diante de todas essas possibilidades, caso ocorra o exagero, nada está perdido.
“Nestas situações ocasionais como eventos familiares, Natal e outras comemorações, é natural que a gente extrapole um pouco mais. O importante é não achar que as coisas estão perdidas ou que todo o processo está perdido. Exagerou? No dia seguinte é voltar à rotina fazendo a sua atividade física, equilibrar a alimentação e moderar o consumo de bebida alcoólica. Não se esqueça de beber bastante água para se manter hidratado. Não se deve levar a vida no 8 ou 80. Tipo, se eu enfiei o pé na jaca, já era. O que temos que fazer é retomar tudo e entender que esses momentos de exceção não são a nossa rotina. A gente tem que se permitir viver esses momentos e acreditar que nem tudo está perdido.”
O que ocorre no metabolismo após os excessos, principalmente, quando ingerimos uma quantidade maior de bebidas alcoólicas, segundo Thaís Tannure, é que algumas pessoas se sentem mais indispostas, com o hábito intestinal um pouco desregulado, além de inchaço. “Quem tem por hábito de se pesar com regularidade, pode observar que tem um ganho de peso leve, porém, o mais importante é a gente entender que não está tudo perdido. É só voltar aos hábitos de se hidratar, continuar fazendo exercício, mesmo que seja mais leve. Se a pessoa estiver fora da sua cidade, vale fazer uma caminhada e manter as refeições mais equilibradas.
Como falar sobre exageros com crianças
Se uma criança ultrapassar os limites durante o Natal ou Ano Novo, os pais devem manter a calma e evitar repreensões severas, é o que recomenda a endocrinologista e pediatra, Luísa Ribeiro. “É preciso avaliar a situação, oferecer conforto e, se necessário, procurar assistência médica. Esses são passos importantes. Aproveite para usar a situação como uma oportunidade de aprendizado. Explique de maneira gentil que é normal se empolgar com as festas, mas também é importante prestar atenção aos sinais do corpo. Faça perguntas abertas sobre como se sentem e o que aprenderam com a experiência.” Segundo a médica, essa abordagem construtiva promove uma relação saudável com a comida e ensina lições valiosas sobre autorregulação.
Ao tratar sobre o assunto exagero e saciedade com crianças, é útil usar uma linguagem simples e exemplos práticos. “Utilize exemplos visuais, como mostrar tamanhos adequados das porções, e faça analogias, como comparar o estômago a um "tanque" que precisa ser preenchido apenas até certo ponto. Explique que o corpo delas tem limites e que comer além do necessário pode fazer esse "tanque" transbordar. Ensine como prestar atenção aos sinais do corpo, como a sensação de estar satisfeito, evitando exageros a ponto de se sentir desconfortável. Seja paciente e aberto ao diálogo para que compreendam gradualmente a importância da moderação e aprendam a respeitar os limites naturais de alimentação.”
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