No dia 30 de janeiro, celebramos o "Dia da Saudade", uma emoção complexa que, como define o professor do curso de Psicologia da Estácio, Carlos Eduardo Pereira, "precisa ser experimentada, compreendida e vivenciada na sua plenitude". Essa emoção, muitas vezes associada à falta de algo ou alguém do passado, pode ter diferentes implicações no bem-estar emocional das pessoas.

Segundo Pereira, a saudade, quando não é vivenciada adequadamente, pode se tornar patológica. Ele destaca a importância de distinguir entre experiências emocionais bem reguladas e aquelas intensas que causam sofrimento. "Quando a gente começa a se negar a experimentar a saudade, ou, ao contrário, fica extremamente preso nessas experiências, aí isso pode se tornar patológico”.

Um dos desafios apresentados pelo professor é entender que a saudade está relacionada a experiências passadas positivas. Ele sugere o processo de elaborar o luto, viver a perda, como um primeiro passo fundamental. "É necessário que a gente tenha tempo para experienciar esse luto, para viver esse luto de uma forma adequada".

Além disso, o professor destaca a importância da psicologia de regulação emocional. "O sofrimento não vem da experiência emocional em si, ele vem da recusa que a gente tem a experimentar aquela emoção. Então a aceitação da emoção é um passo importante." Para lidar com a saudade de maneira saudável, Pereira sugere preencher o dia com uma rotina mais prazerosa, evitando ficar preso em pensamentos que remetem ao passado. "Olhar um pouco mais para o futuro, ressignificando essas experiências e tentando reconstruir a sua própria vida", completa.

Tecnologia e Saudade: Uma Dupla Perspectiva

O avanço da tecnologia, com redes sociais e mensagens instantâneas, trouxe uma dupla perspectiva na forma como lidamos com a saudade. Pereira destaca que a tecnologia mantém as pessoas conectadas a mensagens de entes queridos que já partiram, proporcionando uma tentativa de reconexão. No entanto, ele alerta para o lado negativo quando ficamos presos revivendo o passado. "A tecnologia também cria uma distância em relação à saudade de pessoas que ainda estão presentes. É necessário pensar que ela também contribui nessa perspectiva." Pereira ressalta a importância de analisar o uso da tecnologia de maneira equilibrada, buscando ajuda quando necessário.

Personalidade e Saudade: Uma Relação Intrínseca

Ao discutir como diferentes personalidades lidam com a saudade, Pereira destaca a influência da estabilidade emocional. "Pessoas com maior estabilidade emocional têm uma facilidade maior de passar por essas experiências. Pessoas com menor estabilidade emocional têm uma tendência a sofrer mais, a experimentar mais a dor." O Dia da Saudade nos convida a uma reflexão sobre como entendemos e vivenciamos essa emoção complexa.

A compreensão e aceitação da saudade, aliadas a estratégias saudáveis de enfrentamento, podem contribuir significativamente para o bem-estar emocional de cada indivíduo. O professor Carlos Eduardo Pereira nos deixa com a ideia de que viver plenamente a saudade, elaborando o luto e buscando um equilíbrio no uso da tecnologia, são passos essenciais para transformar essa emoção em algo positivo.

Assessoria Estácio de Sá - Professor Carlos Eduardo Pereira

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