O Governo de Minas anunciou nesta sexta-feira (12) que não irá retomar as obras do Hospital Regional em Juiz de Fora. Segundo o Governo, uma série de erros graves no processo de construção da unidade, iniciada em 2009, apontados em laudos e diagnósticos da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias do Governo de Minas Gerais (Seinfra), colocou em dúvida a estabilidade do edifício.
Abandonada desde 2017, a estrutura foi vandalizada e se deteriorou com o decorrer do tempo.
O diagnóstico orientou novos estudos realizados nas fundações e estruturas da edificação para conseguir mensurar qual seria a necessidade de reforço necessário e garantir a estabilidade e segurança da edificação.
A obra do Hospital Regional de Juiz de Fora teve vários problemas de execução e na prestação de contas.
Atualmente, há uma dívida da Prefeitura de Juiz de Fora com o Estado por conta dos repasses feitos para a construção do hospital no valor de aproximadamente R$ 151,3 milhões, que foram indevidamente executados, e resultaram em um processo de tomada de contas especial. Este passivo seria quitado com o repasse oneroso do terreno do hospital para o Estado, que assumiria a continuidade das obras, mas que ainda não ocorreu.
Ainda segundo o Governo, por estas razões, e tendo em vista o recente pedido oficial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), em 1/4/2024, solicitando apoio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) para repasse de recursos voltados para ampliação do Hospital Universitário da UFJF, o Governo de Minas optou por investir na saúde da região de outra forma.
Romeu Zema garantiu que os investimentos que seriam feitos na retomada das obras da unidade hospitalar, na ordem de R$ 150 milhões, serão destinados para facilitar e melhorar o acesso à saúde da população da Zona da Mata.
O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, destacou que, “no decorrer do processo, o Hospital Universitário de Juiz de Fora foi incluído no PAC, e um investimento de dobrar este hospital nos foi apresentado. Junto, veio um pleito para o Governo de Minas: foi pedido para equipá-lo, porque o recurso não está vinculado aos equipamentos para os mais de 170 leitos de ampliação".
Ele detalha: "diante disso, olhando os fatos, essa construção mal feita, os riscos de demorar essa obra, decidiu-se que este recurso será, sim, investido em Juiz de Fora, mas em outros locais. Estamos avaliando junto à toda a região como será, também teremos conversas com a Prefeitura de Juiz de Fora para ver onde teremos melhor investimento e garantir que a cidade e região tenham uma saúde melhor”.
Cenários
Um dos possíveis investimentos pode ser o repasse de recursos para viabilizar e agilizar as obras de ampliação do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora, que é administrado pelo Ministério da Educação.
Após a expansão, o hospital universitário terá 356 leitos destinados a atendimento de pacientes do SUS, dobrando o quantitativo atual, de 137 leitos.
Além disso, o novo HU-UFJF contará com 18 salas cirúrgicas, área de hemodinâmica, 40 leitos de UTI para adultos (leitos clínicos, cirúrgicos, coronarianos e neurológicos), leitos de UTI pediátrica e neonatal, leitos psiquiátricos, centro obstétrico, pronto atendimento e espaços destinados a transplantes.
Também um centro de tratamento de queimados e centro oncológico, em que está prevista a implantação de um acelerador linear, serviço de quimioterapia, área de recreação/brinquedoteca e ambulatório de oncologia e onco-hematologia. Ou seja, atendimento similar ao proposto no Hospital Regional.
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