Funcionários da empresa Total Alimentação, que fornece alimentos para a Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires e o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), em Juiz de Fora, encontraram drogas e celulares dentro de garrafas de café que seriam enviadas para as unidades nesse domingo (19).

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso.

Uma mulher de 38 anos, que trabalha no local, e o namorado dela, de 34, que também é funcionário da empresa, mas cumpre aviso prévio, são suspeitos de envolvimento no caso.

Eles não foram encontrados e a Polícia Militar (PM) realiza diligências para encontrar o casal.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) esclareceu que toda a alimentação fornecida, assim como qualquer produto entregue na unidade prisional, vindo do ambiente externo, passa por rigorosa fiscalização.

Em nota, a empresa disse que "por ter a unidade um sistema robusto de vídeo e monitoramento, foi possível, de forma preventiva, impedir que o ato fosse praticado, conforme B.O. realizado. Foi acionado de imediato as autoridades competentes, colaborando com envio de imagens, arquivos e documentos que já se encontram sob os cuidados da Polícia Militar, que possui ampla competência para conduzir a situação. Continuamos a executar a prestação de serviços, prezando não só pela qualidade, mas também pela segurança de todos".

Suspeita

A PM foi acionada pele segurança da empresa localizada no Bairro Milho Branco. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o segurança explicou que o trabalhador responsável por fazer o café e colocá-lo nas garrafas notou que tinha três garrafas que seriam distribuídas não tinham o líquido, mas tinha um peso acima do normal.

O funcionário chamou o segurança para verificar qual era o conteúdo das garrafas de 12 litros. A suspeita ainda estava na empresa e foi questionada sobre a origem das garrafas. A mulher teria dito que não tinha envolvimento com a situação e que iria chamar um advogado.

Ela então pulou o muro da empresa e fugiu pelos fundos do imóvel. Um carro branco, dirigido pelo namorado e também funcionário da empresa, a esperava na rua. A mulher entrou no veículo e eles foram embora.

Quando a PM chegou ao local, as três garrafas estavam abertas e dentro delas foram encontradas quantidades de maconha, haxixe, ecstasy, pontos de LSD, celulares e outros materiais.

Câmeras de monitoramento

Segundo a PM, funcionários da empresa contaram aos policiais que a mulher estaria de serviço na manhã de domingo, mas que tinha pedido para trabalhar no turno da madrugada do mesmo dia e foi autorizada.

Ela não trabalha no setor de café, mas sim na preparação de salada.

Imagens das câmeras de segurança da empresa registraram que, às 2h55, a mulher deixou a empresa e, na rua, um carro branco é visto passando. Um minuto depois da saída, a empregada retorna com dois sacos preto.

Perto da porta de entrada ela deixa os sacos no chão, abre a porta, observa se há movimento dentro da empresa e volta para buscar e levar os sacos para dentro do local.

Ela então volta para o lado externo da empresa e volta com outro embrulho também preto. Por volta das 2h58, ela fica na porta de saída com um celular na mão e fica por 2 minutos, no que parece conversar com alguém. Depois ela voltou para dentro da empresa.

Mais tarde, a mulher é filmada novamente na entrada da empresa, onde há um caminhão e volta logo em seguida com duas garrafas térmicas na mão, que aparentavam serem pesadas.

Depois, é possível ver que a mulher pega duas garrafas de café que estavam no chão junto com outras e as tira do local. Segundos depois ela volta com duas garrafas e as coloca no local onde havia retirado. Ela repete a ação com uma outra garrafa, tira o celular do bolso e deixa a sala.

Mais tarde, as câmeras registraram a fuga da mulher ao pular o muro da empresa e fugir por uma área de mata, aos fundos do imóvel.

Os funcionários confirmaram que acharam drogas dentro das garrafas e que estas estavam marcadas com fita adesiva na alça de sustentação, diferenciando das demais.

Possível identificação do namorado

O segurança afirmou que o carro que a mulher fugiu pertence ao namorado dela, que também é empregado da empresa, mas apareceu para trabalhar no dia. Ele cumpre aviso prévio, mas o motivo do desligamento não foi informado.

As equipes da PM procuram pelos suspeitos. No armário da mulher na empresa, a polícia apreendeu uma mochila com diversos itens, sendo documentos, cartões de banco, R$ 63 em dinheiro e uma garrafa térmica.

Veja abaixo todos os materiais apreendidos na ação:

  • 14 barras prensadas de maconha
  • 31 tabletes de maconha
  • 1 porção de maconha
  • 1 tablete de haxixe
  • 2 tabletes de cocaína
  • 14 porções de cocaína
  • 1 selo LSD
  • 64 comprimidos de ecstasy
  • 19 celulares com avarias
  • 7 telas para celular com avarias
  • 2 protetores de tela para celular
  • 28 chips para celular
  • 3 porções de tempero
  • 8 comprimidos de tadafila
  • 1 balança de precisão
  • 17 cabos USB
  • 5 pen drives
  • 2 resistências de chuveiro
  • 7 fones de ouvido
  • 2 caixas pequenas de cigarro
  • 4 cartões de memória
  • 3 chaves allen

Sejusp

A Sejusp ressaltou em nota que scanner da Penitenciária em Juiz de Fora, por exemplo, "é utilizado para visualização do conteúdo interno das marmitas. Zelar por condutas de segurança é prioridade do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG)".

"Ressaltamos que a ocorrência em questão aconteceu fora da unidade, antes de qualquer movimentação para o sistema prisional, e que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) já teve ciência do fato.

A pasta notificará a empresa e avalia as medidas administrativas cabíveis. A apreensão do material foi realizada pela Polícia Militar".

PMMG - Empresa que fornecia alimentos à penitenciária de Juiz de Fora é suspeita de entregar entorpecentes no local

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