Sexta-feira, 12 de agosto de 2011, atualizada às 18h

Diagnóstico da Zona da Mata sobre reforma política deve ser entregue ainda em agosto à Câmara dos Deputados e ao Senado

Aline Furtado
Repórter
Reunião

O levantamento realizado em 126 municípios da Zona da Mata mineira a respeito da reforma política, que vem sendo proposta no país, deverá ser entregue ainda no mês de agosto ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados. A informação foi repassada nesta sexta-feira, 12 de agosto, durante reunião na Câmara Municipal de Juiz de Fora (CMJF).

Os dados foram compilados em seis regiões, Juiz de Fora, Muriaé, Manhuaçu, Viçosa, Ponte Nova e Cataguases. O trabalho é fruto de uma consulta realizada nas câmaras municipais, a fim de coletar a opinião dos vereadores a respeito de catorze pontos considerados mais importantes no projeto que propõe as mudanças.

Segundo o presidente da Comissão Especial da Reforma Política, vereador Isauro Calais (PMN), apenas a região de Ubá, composta por 19 cidades, não apresentou os formulários com as respostas. "Nossa intenção, ao montar a comissão e ao distribuir os formulários era ouvir os vereadores, que são a voz do povo. A reforma é um passo importante, mas não deve ser implantada de forma imediata. É fundamental envolver a sociedade nesse processo." Calais defende que as mudanças passem a ocorrer daqui a duas ou três eleições.

O deputado federal Júlio Delgado (PSB) será o porta-voz em Brasília, para entrega dos dados. "Pretendo anunciar, na próxima semana, a iniciativa da Zona da Mata e marcar com a Câmara dos Deputados e com o Senado, para efetuar a entrega do documento." Delgado afirma que, devido à morosidade nas votações em Brasília, causada pelos recentes escândalos nos ministérios do Transporte, do Turismo e da Agropecuária, a reforma não deverá ser implantada nas eleições de 2012.

"O único ponto que já está certo para o próximo pleito é a Ficha Limpa, uma lei que está em vigor." O deputado destaca que, a exemplo da iniciativa da Zona da Mata, a medida deve ser adotada por outras casas legislativas. "Minas Gerais saiu à frente, o que demonstra a importância da coleta dos dados, até porque trata-se do Estado com maior número de municípios, 843."

Coleta

Das 126 cidades que receberam os formulários, 70 enviaram as respostas, o que representa 55,6% do total. Outras 56 não enviaram, 44,4%. Ao todo, 456 vereadores contribuíram, respondendo às questões. Confira os dados coletados na Zona da Mata.

  • Regra para escolha de suplente de senador (prevê que o senador teria apenas um suplente. O suplente assumiria apenas para substituir temporariamente)

- A favor: 332 - 71,08%

- Contra: 131 - 28,92%

  • Mudança na data da posse (prefeitos e governadores para o dia 10 de janeiro e presidente, para 15 de janeiro)

- A favor: 266 - 59,11%

- Contra: 184 - 40,89%

  • Voto continua sendo obrigatório

- A favor: 293 - 65,7%

- Contra: 153 - 34,3%

  • Reeleição (fim da reeleição, com mandato de cinco anos)

- A favor: 327 - 72,83%

- Contra: 122 - 27,17%

  • Coligações (fim das coligações nas eleições proporcionais)

- A favor: 231 - 51,11%

- Contra: 221 - 48,89%

  • Sistema eleitoral (sistema será proporcional com lista partidária apresentada pela sigla)

- A favor: 200 - 45,35%

- Contra: 241 - 54,65%

  • Financiamento público (financiamento exclusivamente público de campanhas)

- A favor: 265 - 59,28%

- Contra: 182 - 40,72%

  • Candidatura avulsa de candidatos, sem vínculo partidário em eleições para prefeito

- A favor: 183 - 41,03%

- Contra: 263 - 58,97%

  • Fidelidade partidária (mantém a regra em vigor)

- A favor: 285 - 63,33%

- Contra: 165 - 36,67%

  • Limite de gastos para campanha (definição de um limite para as campanhas)

- A favor: 385 - 84,43%

- Contra: 71 - 15,57%

  • Consulta popular (as mudanças ficam sujeitas a referendo)

- A favor: 324 - 73,47%

- Contra: 117 - 26,53%

  • Cota para mulheres (metade deverá ser mulher)

- A favor: 152 - 34,39%

- Contra: 290 - 65,61%

  • Cláusula de desempenho (mantém regra em vigor: o partido tem que ter três representantes de diferentes estados para ter funcionamento parlamentar)

- A favor: 281 - 63,43%

- Contra: 162 - 36,57%

  • Filiação partidária e domicílio eleitoral (convalidação da regra atual)

- A favor: 389 - 89,63%

- Contra: 45 - 10,37%

Os textos são revisados por Thaísa Hosken


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