Uma das maiores dificuldades de um projeto cinematográfico de adaptação, é conseguir ser fiel ao material original. E em se tratando de uma obra que já foi produzida para o cinema e se tornou clássica, o desafio é ainda maior. Mas não para Dennis Villeneuve.
Em Duna parte um, Villeneuve conquistou as graças do fandom da história de Paul Atreides, com um
remake tão fiel à história narrada no livro, carregado dos elementos inovadores, sem deixar de homenagear a primeira adaptação pro cinema dessa saga que é um fenômeno do gênero de ficção. E agora, com a segunda parte desse conto apoteótico, o Diretor não só comprova sua capacidade criativa para nos contar essa trama, como se consolida como um dos mais autênticos e visionários diretores da atualidade.
Iniciando exatamente onde o primeiro filme encerrou, Duna 2 desenvolve a trajetória messiânica de Paul
Atreides, que é inserido como um profeta anunciado para salvar o planeta Arrakis da exploração e governo
da Casa do barão Harkonnen, após o genocídio de seu povo. Para isso, o jovem e sua mãe se unem aos
Fremen, que é o povo originário dessa terra desértica, no intuito de abater o império sádico dos Harkonnens e retomarem o controle da produção da Especiaria, um elemento do qual sem sua produção, a viagem espacial é impossível, isolando os povos em seus planetas.
Importante destacar que apesar de uma obra de ficção, Duna possui uma narrativa política inteligentíssima, que passeia por assuntos como fundamentalismo religioso, ganância, dominação, escravismo, enquanto sua trama se desenvolve exaltando o anseio pela liberdade individual e coletiva, esperança, altruísmo e igualdade.
Com uma construção visual soberba, Villeneuve revela porque somente ele deveria ser o responsável por
nos contar essa história, visto que as cenas impressionantes de ação, nos causam arrepios e excitação de
forma involuntária, tamanha qualidade de seu poder de realismo. E com uma trilha sonora que parece
coexistir como co-protagonista na trama, somos diretamente ligados às emoções de cada ato, sendo
impossível não senti-las a assim como os personagens as vivenciam nas sequências narrativas.
E com um roteiro bastante ágil e explicativo, o filme deixa de ser uma obra apenas para os amantes do
gênero, pois a complexidade da trama é muito mais visual do que propriamente seu enredo, visto que ao
vislumbrar o trabalho impecável de efeitos visuais, é inevitável não se impactar com a originalidade dessa
criação de mundo, visto que há tantas obras criativas e alcançar uma composição integralmente inédita, só
comprova a mente visionária de Villeneuve.
Duna Parte dois é um filme esplêndido, soberbo, magnífico, que eleva a trama originária, que sem sombra
de dúvidas se consolida como um dos melhores filmes de todos os tempos, seja pela sua qualidade técnica
impressionante, seja pela sua trama inteligente, contemplativa, persuasiva e referencial, seja pela sua
construção inovadora e excêntrica, consolidando-se como um épico dentre as obras de seu gênero.
Nota: 9.8

Divulgação - Duna parte 2

Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!

COMENTÁRIOS: