Após reprovar o filho de um senador influente, o professor de história antiga é convidado a ficar com os alunos que permanecerão no internato onde ele dá aulas, durante as festas de fim de ano. Desgostoso com o corpo discente, ele terá uma batalha pessoal ao ter que lidar com a merendeira e um único aluno problemático que acaba sendo deixado na escola.
Com a premissa acima, temos um novo filme dirigido por Alexander Payne (Nebraska e Os Descendentes), que tem uma forma peculiar de contar suas histórias, mesclando o humor e o drama. E aqui, não é diferente, uma vez que o filme se vende como uma comédia, mas sua narrativa é essencialmente dramática.
Paul Hunham, é um professor mal humorado, que já não tem mais paciência para aturar os adolescentes filhos de aristocráticos e mimados que estudam no internato. Com isso, ele não tem qualquer piedade quanto a uma reprovação, ainda que o espírito natalino esteja habitando o tempo e espaço da trama. E ele tem que lidar com Angus, um jovem problemático e rebelde, que acaba sendo deixado sozinho, após o grupo de alunos que estariam isolados no recesso são levados por um pai de um dos adolescentes para
passar no natal na estação de esqui.
A partir daí, eles tentam buscar uma forma de se relacionarem sem grandes embates, o que não funciona nenhum pouco, a não ser pela interferência de Mary, uma cozinheira que perdeu o filho na guerra há poucos meses. E é aqui que a trama começa a desenvolver seu enredo, criando uma teia onde cada um dos personagens terá que lidar com suas dores particulares, criando um ambiente melindroso.
Uma construção evocativa, o roteiro permite brincar com o sentimentalismo, ao expor as fragilidades de modo cauteloso, entre uma situação embaraçosa, fazendo o público rir dos diálogos cômicos, ácidos e inteligentes, sem deixar que se conscientize do drama que eles carregam intimamente.
E a troca de experiência entre eles, é uma verdadeira lição onde cada um, indiretamente contribui para que o outro enxergue suas potencialidades e suas disritmias, permitindoos refletir sobre comportamentos inadequados, criando uma dinâmica de evolução pessoal.
E com uma sacada brilhante, o enredo se desenvolve de forma sutil, apontando que aquele sentimentalismo contido, vai ter o seu momento de exposição e, quando acontece, se torna inevitável não excarcerar do público a latência emotiva.
Os Rejeitados, é uma obra sem grande inovação na sua forma, mas traz em seu conteúdo uma história rica e profunda sobre abandono, luto, resiliência e maturidade, que vai te fazer rir enquanto chora e se emocione enquanto tenta finalizar uma gargalhada, além de trabalhar com sua reflexão sobre como a vida precisa ser encarada de frente, apesar das dificuldades e da solidão.
Nota: 9.7
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