A educação em sua potencialidade é a mais poderosa alavanca que
impulsiona a sociedade, através dela promove-se mudanças incalculáveis. A
educação emerge da sociedade e esta requisita determinado modo de
educação para cada momento histórico, para cada realidade, isto é, a
educabilidade é contextual. Sendo assim, é fundamental que os educadores
e/ou professores-cientistas pense a educação a partir de seu contexto atual.
O atual cenário, de fortalecimento do capitalismo industrial e o
vertiginoso desenvolvimento tecnológico vieram, cada vez mais, exigindo uma
força de trabalho mais técnica e especializada. A educação converteu-se em
um simples instrumento do pragmatismo, imediatismo e utilitarismo do mundo
moderno. Com isso a educação sofreu uma notável transformação: seu
objetivo fundamental parece não ser mais o de formar o indivíduo para um agir
ético-político, mas transformá-lo em uma força de trabalho qualificada, capaz
de ampliar a produção e o capital. As mudanças profundas e cada vez mais
aceleradas que vêm ocorrendo no mundo atingem não só a ciência, mas a
sociedade como um todo e cada um particularmente.
Entretanto, o homem precisa, mais do que nunca, ter consciência
daquilo que faz no presente para que não sofra conseqüências desastrosas no
futuro. O limite hoje de uma ação dada não é o outro nem a lei, mas é a sua
consequência. A nova ordenação cultural, política e econômica do mundo vem
influenciando diretamente nas relações tanto em seus aspectos interpessoais
como nos da comunidade. Presenciamos na sociedade a ação dos homens
pautada em base tecnológicas e científicas os distanciando mais e mais das
virtudes da cidadania e dos princípios fundamentais da existência humana. A
supremacia do vício sobre a virtude, do individual sobre o universal.
Não se pode negar o desenvolvimento tecnológico-científico da
humanidade assim como a importância de uma educação tecnológica.
Entretanto, é imprescindível resgatar a educação ético-moral e política na
formação do homem. A cidadania é uma conquista que só acontece por meio
da educação. A dificuldade histórica de superar a condição de objeto
manipulado, para atingir a de sujeito consciente e organizado em torno de seus
interesses expressa o déficit de cidadania no mundo atual. O progresso é algo
que sistematicamente precisa acontecer.
É preciso uma educação que ensine o homem a pensar para usar a
razão e guiar com precisão o seu agir, refletir sobre as conseqüências sociais,
éticas e morais de seu comportamento. É preciso uma educação que propicie
ao homem o usufruto de sua liberdade, mas reconhecendo-se que liberdade
implica na eleição da lei moral, na aquisição de valores universais, no controle
do arbítrio, na racionalidade das regras sociais. A educação deve
instrumentalizar o indivíduo para exercer o direito e conseqüentemente tornar
possível a liberdade que é a única condição para que o ser humano possa se
fazer vir-a-ser cada vez mais humano
É imperioso que a razão humana se torne uma razão moral, para
impedir que o homem se torne escravo de si e do outro; para que saiba utilizar-
se de novas tecnologias; para incorporar o progresso e fortalecer-se como
sujeito participante de uma sociedade mais justa, mais equânime, mais
humana. Essa tarefa é da educação que é responsável pela humanização do
homem. Ele não é nada senão o que a educação faz dele. Em outros termos, é
preciso uma educação que contribua na formação do ser humano de forma
digna para que se instale um processo de transformação social.
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