Para além da sala de aula no interior de uma escola, de uma educação presa a fórmulas, e de meras transmissões de conhecimentos (reconhecendo a importância de tais ensinamentos dos conteúdos), faz- se necessário e urgente pensarmos à educação em um viés crítico, que auxilie no desenvolvimento da autonomia e, mais do que preparar o “aluno”, que vá além de uma doutrinação, mas que ajude, efetivamente, na preparação de cidadãos para vida em sociedade, em seus exercícios democráticos e coparticipativos na sociedade em que vivem.
Porém, a grande dificuldade que temos e que é patente é que o modelo atual de educação submete os “alunos” a se tornarem seres passivos, talvez meros receptores diante dos acontecimentos e submissos a qualquer um que se imponha e mostre poder sobre nós. O que a escola faz, segundo o filósofo Nietzsche, “é um treinamento brutal, com o propósito de preparar vastos números de jovens, no menor espaço e tempo possível, para se tornarem usáveis e abusáveis a serviços do governo”, ou usáveis e abusáveis a serviço da economia. Em suma, a educação “tradicional” limita à capacidade de liberdade e criatividade do sujeito, e acaba, por muitas vezes, não contribuindo na construção de sua autonomia.
A educação deve desempenhar o papel, além de escolarizar, de contribuir para nos libertar das convenções, do autoritarismo, das ideias que padronizam, da obediência cega, e do comodismo, isto é, contribuir para o desenvolvimento de seres autônomos. Com isto, deve estimular a ação do sujeito na construção de conhecimento e proporcionar a criticidade e reflexão/ libertar o homem de sua miséria afetiva.
Um dos grandes desafios na educação, e dos educadores hoje no processo de ensino e aprendizagem, consiste nesta guinada, de para além das transmissões de conhecimento, trabalhar às competências e o pleno desenvolvimento do educando/ sujeito. O que conflui para se pensar na virada da educação: na passagem de uma ‘educação’ que doutrina, que forma seres passivos e meros receptores à sujeitos ativos, autônomos e críticos; refletindo sobre os acontecimentos que lhes permeiam e sobre as suas ações. Que estejam preparados a desenvolverem de forma ativa o exercício de cidadania e a convivências em sociedade que requer (e precisa) cada vez mais seres autônomos.
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