A reforma recente do ensino médio designada de Novo Ensino Médio tem sido objeto de debates e discussões no contexto educacional. A princípio, o Novo Ensino Médio promete maior flexibilidade e a possibilidade de os estudantes aprofundarem seus estudos em áreas específicas de interesse. No entanto, esse novo ensino tem reduzido algumas disciplinas, como a filosofia. Daí a problemática: Por que reduzir uma disciplina fundamental no desenvolvimento dos estudantes, que possibilita a reflexão crítica, o questionamento, o pensamento ético e a compreensão do mundo e da sociedade em que vivemos? Ao reduzir e, gradativamente, eliminar a filosofia como disciplina obrigatória, corre-se o risco de comprometer a formação integral dos alunos, limitando suas habilidades de análise, argumentação e pensamento crítico. A pergunta persiste, por que fazer isso?
Ao visar uma formação mais mercantil e tecnicista, acaba-se reduzindo do currículo disciplinas que, por excelência, convida-nos à reflexão e para a formação de uma consciência crítica. Na contramão do que o Novo Ensino Médio busca fazer, o pensador português António Nóvoa nos diz que é necessária uma pedagogia que coloque os jovens numa atitude de pesquisa, de procura, de resolução de problemas, em vez de lhes servir uma matéria já pronta e acabada. É inacreditável como, em pleno século XXI, ainda temos de repetir o que Michel de Montaigne já dizia no século XVI: é preciso ter uma cabeça bem-feita e não bem- cheia. Ademais, o educador Neidson Rodrigues nos alerta dizendo que: educar
não é apartar parafuso como se faz na fábrica de automóveis.
O mundo contemporâneo requer que o ser humano desenvolva suas habilidades e suas potencialidades de modo maximizado e dinâmico. Na contemporaneidade o conhecimento está por todos os lados, nos aparatos tecnológicos, como celular, notebook e nas buscas de pesquisas na internet, porém são conhecimentos desordenados e nem sempre verdadeiros, o papel do professor é da ordem, sentido e possibilitar que os alunos se apropriem do conhecimento. Ao priorizar apenas as disciplinas consideradas "práticas" ou diretamente relacionadas às áreas profissionais, pode-se negligenciar o papel da educação em formar cidadãos pensantes, conscientes e preparados para lidar com as demandas atuais.
Portanto, é necessário repensar o Novo Ensino Médio e a redução de disciplinas como filosofia no currículo. E, mais do que isso, faz-se urgente pensar no fortalecimento de formação dos educandos: na educação plural, reflexiva e crítica, capaz de prepará-los para os complexos desafios do mundo contemporâneo, além de meramente prepará-los para o mercado de trabalho.
Existe, portanto, uma reflexão crítica ao Novo Ensino Médio na presente coluna deste mês, na medida em que ele reduz a carga horária de algumas disciplinas obrigatórias como a filosofia e a sociologia, que foram relegadas a um papel secundário, tornando assim, também, secundária a formação humana, ética e cidadã dos indivíduos envolvidos no processo de ensino. Deste modo, o Novo Ensino Médio deve ser repensado e, ao contrário do que ele propõe, deve ser pensado de modo a garantir uma formação mais ampla e abrangente, valorizando a importância de disciplinas como a filosofia e outras áreas das ciências humanas, e assegurando que todos os educandos tenham acesso a uma educação de qualidade, independentemente de sua origem socioeconômica ou localização geográfica.
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