EDUCAÇÃO
A concepção libertadora de educação requer a compreensão do ser humano como sujeito ativo e participante de seu próprio desenvolvimento, uma vez que o educando possui uma natureza ontológica que o impulsiona a ser um sujeito engajado e dinâmico no processo educativo. É fundamental considerar a capacidade de aprendizado e o constante desenvolvimento do ser humano. Neste rumo, a educação deve ser assumida como um processo consciente, no qual o sujeito toma decisões e desenvolve plenamente suas
habilidades e potencialidades. O que nos conduz à concepção de que o ser humano não é uma coisa no meio de outras coisas, nem uma interioridade fechada, mas, antes, a realização de seu “eu” acontece “saindo de si”, isto é, existindo com o “outro”.
Diante dessa perspectiva, o patrono da educação brasileira Paulo Freire nos indica que na medida que os seres humanos exercem sua ação sobre o mundo, transformando-o pelo seu trabalho, refletindo sobre seu fazer, eles vão tomando consciência de si e do mundo e se constituindo em sujeito de seu próprio ser, o que conflui à prática da liberdade. Reitera-se que os caminhos da libertação são comportados e se concretizam na medida em que os educandos tenham estímulos e condições de, reflexivamente, descobrir-se e adquirirem autonomia como sujeito de sua própria história.
Igualmente, reitera-se que humanização não é mera adaptação, e sim um processo contínuo que acontece na relação com o mundo, com o “outro” e consigo mesmo. Neste percurso, a intencionalidade de sua consciência tem uma dimensão que vai além dos horizontes que o circundam e permite-lhe ultrapassar os momentos e as situações, isto é, criar e transcender aquilo que simplesmente é. Por isso, o princípio conceitual de liberdade é fundamental no processo educacional. Uma vez que ela propicia ao ser humano a
promoção da autonomia e da reflexão, ao empoderar os educandos a pensarem criticamente e agirem de maneira responsável, tornando-os cidadãos conscientes, capazes de contribuir para a sociedade e a buscarem transformação significativa em seu entorno.
Em suma, a educação é mais libertadora quanto mais ela desenvolve o ímpeto ontológico de ser humano vir-a-ser através do conhecimento, da apropriação e da transformação do mundo. Em contraste com abordagens tradicionais, que podem restringir o pensamento crítico e limitar a liberdade de expressão, a perspectiva da educação libertadora busca promover a emancipação intelectual e social dos estudantes.
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