BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em meio à mais significativa manifestação de defesa da democracia sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), o presidente da República usou as redes sociais para comemorar a redução do preço do diesel.

O chefe do Executivo evitou comentar o encontro na USP para leitura da carta em defesa do Estado Democrático de Direito. Ele disse, no entanto, que "hoje aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel".

A queda anunciada pela estatal petrolífera nesta quinta-feira (11) foi, em média, de R$ 0,22 nas refinarias, de R$ 5,41 para R$ 5,19.

A elaboração da carta surgiu após Bolsonaro fazer seu maior ataque ao sistema eletrônico de votação e à Justiça Eleitoral, ao ter convidado embaixadores do mundo todo para fazer uma apresentação com acusações infundadas de fraude nas urnas eletrônicas.

Diversos artistas, intelectuais, atores do setor econômico e da sociedade em geral assinaram o manifesto, que já tem mais de 960 signatários.

Nesta quinta, o manifesto foi lido em um evento na Faculdade de Direito da USP, com discursos contra o autoritarismo e ameaças do mandatário às instituições.

Bolsonaro já atacou o movimento diversas vezes e chamou os subscritores de sem caráter e caras de pau e afirmou que entre eles há "empresários mamíferos".

Chamou os signatários de sem caráter e caras de pau e afirmou que entre eles há "empresários mamíferos".

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), foi mais direto nas críticas à carta nesta quinta-feira e também usou a redução no preço do combustível para abordar o assunto.

"Estamos escrevendo a Carta que muda o Brasil para melhor. Combustível mais barato, redução do preço do diesel! Deflação, aumento do emprego! Economia forte, Democracia forte! Parabéns Democrata Jair Bolsonaro!".

Além da carta organizada por integrantes da USP, também teve repercussão a manifestação em defesa da democracia assinada por entidades como a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Diante do isolamento pelo movimento que envolveu diversos atores da sociedade civil, Bolsonaro se convidou para ir à Febraban nesta semana.

Pelo menos três interlocutores de Bolsonaro, das áreas econômica e política do governo, procuraram dirigentes da alta cúpula da federação para marcar um encontro dele com os banqueiros. A ida do mandatário à entidade ocorreu na última segunda-feira (8).

Na ocasião, apesar de ter criticado o sistema eleitoral, não ofendeu nem agrediu os convidados, e dispensou o uso de adjetivos como "mamíferos".


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