GRAMADO, RS (FOLHAPRESS) - No tapete vermelho mais barulhento da primeira metade do Festival de Gramado, nesta segunda-feira, a equipe do filme "O Pastor e o Guerrilheiro" foi hostilizada por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Ao desfilar pela rua Coberta em direção ao Palácio dos Festivais, onde o filme ganha exibição, a equipe do filme fez com as mãos a letra L, uma referência a Lula. Um dos integrantes vestia um boné do MST e, na comitiva, estava ainda José Genoino, ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, o PT.

Os turistas e locais que acompanhavam o tapete começaram, então, a hostilizar a equipe. Além de xingamentos, eles gritaram palavras de apoio a Bolsonaro, como "mito", e vaiaram Johnny Massaro e Julia Dalavia, que estão no elenco, enquanto eles posavam para fotos junto a uma escultura do Kikito, prêmio máximo de Gramado.

As vaias continuaram mesmo após as demonstrações políticas da equipe e só cessaram quando todos já estavam dentro do Palácio dos Festivais.

"O Pastor e o Guerrilheiro", de José Eduardo Belmonte, é uma ficção que denuncia a tortura e os assassinatos que ocorreram durante a ditadura militar, esta apoiada com frequência por Bolsonaro.


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