SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sabine Boghici, presa na manhã desta quarta-feira (10) por dar um golpe milionário contra a própria mãe envolvendo quadros roubados de Tarsila do Amaral, tentou carreira como atriz e cantora e ostenta um ativismo ferrenho de protetora de animais.
Filha de Jean Boghici, um dos maiores marchands brasileiros que morreu há sete anos, a vegetariana de 48 anos chegou a estrelar em 2015 uma série chamada "Amor de Pet - Sabine e Seus Adoráveis Bichinhos Adotados" com relatos de suas aventuras resgatando animais das ruas.
Quando apareceu pela primeira vez no jornal Folha de S.Paulo, há dez anos, Boghici comemorava ter salvado duas cadelas e 14 gatos de um incêndio que consumiu parte da frondosa coleção de arte de seu pai, na cobertura dúplex de Copacabana onde a família morava --inclusive telas simbólicas como "Samba", do modernista Di Cavalcanti.
"Os bombeiros diziam que eu tinha de sair, mas não obedeci", contou ela na ocasião. "Buscava os gatos, levava ao apartamento ao lado e voltava para buscar mais."
Dois deles, Pretinha e Meu Amor, não resistiram ao fogo. Sabine também lamentou à reportagem a perda de uma coleção antiga de mais de 70 Barbies dos anos 80 --todas "ainda na caixa"-- e um forte-apache Casablanca.
Perdeu também gravações originais para um CD que pretendia lançar. Mas sua fama se espalhou aos quatro ventos nesta quarta, quando foi presa no Rio de Janeiro no centro de um dos escândalos mais impressionantes do mundo das artes plásticas.
Isso porque o golpe que deu em sua mãe, Geniviève, de 82 anos --a quem também teria mantido em cárcere privado por mais de um ano-- envolveu o roubo de uma das telas mais emblemáticas da pintora Tarsila do Amaral, "Sol Poente", num esquema que abarcou também uma suposta vidente e um falso tratamento médico.
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