SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" foi lida por três professoras USP, que se descreveram, respectivamente, como negra, branca e morena, e um homem branco, um advogado.

Uma delas, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, formada e doutora pela USP, foi autora da primeira tese que propõe a criminalização da discriminação racial, em 1980.

A segunda a ler trecho da carta foi Maria Paula Dallari Bucci, professora de direito do Estado na instituição. Ela é filha do professor emérito e ex-diretor da Faculdade, Dalmo de Abreu Dallari, que morreu em abril de 2021 aos 90 anos de idade e foi um dos signatários da carta de 1977.

Flávio Bierrenbach que também participou da articulação da carta de 1977 foi o terceiro a ler a carta. Naquele ano, Bierrenbach era vereador de São Paulo pelo MDB e participou ativamente da elaboração de planos de segurança e de fuga criados em torno do ato em que o professor Goffredo da Silva Telles Jr. subiu à tribuna no pátio da faculdade para criticar o governo militar que havia torturado, matado e desaparecido com tantos.

A finalização da carta ficou a cargo da professora Ana Bechara, também formada pela USP, instituição da qual atualmente é vice-diretora.

Juntos os quatro entoaram a frase final da carta. "Estado democrático de direito sempre."

Na sequência foram entoados gritos de fora Bolsonaro pelo público presente.


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