SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Black Pantera foi a primeira banda a se apresentar no Rock in Rio 2022, e abriu o dia do metal, nesta sexta-feira (2), com protestos contra o racismo e o preconceito.
O show começou com uma citação do poema "Me gritaron negra", de Victoria Santa Cruz, que diz: "E vou rir daquelas pessoas que, por educação e por nos evitar, chamam os negros de 'gente de cor'. E que cor é essa? NEGRA! E que linda soa! NEGRA! E que ritmo tem, NEGRA, NEGRA, NEGRA!"
Durante o show, o vocalista Charles Gama falou sobre a presença da banda no festival: "É a realização de um sonho, a gente fica emocionado porque isso aqui é incrível. Quanto cara aí embaixo, quanta mina aí embaixo sabe como é esse corre de ter uma banda underground, de ser um preto do c*ralho tocando metal aqui nessa p*rra, é f*da".
"Representatividade preta importa, viva a diversidade em todos os sentidos", completou o baixista Chaene da Gama.
O show ainda contou com protestos por parte do público. Na grade do palco foi visto uma faixa contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Black Pantera dividiu o palco com o Devotos, outra banda representante do metal negro brasileiro. Em entrevista ao Multishow, o baterista Rodrigo "Pancho" Augusto afirmou: "Eu fazia cover do Devotos quando eu era moleque na minha cidade, Uberaba. Para a gente, está sendo uma honra muito grande. Duas bandas, duas gerações diferentes que falam sobre a mesma pauta, importante no ano que a gente está vivendo".
"Consciência total, ano eleitoral. Chamem os candidatos pretos para os debates", acrescentou o baixista no palco.
Juntas no palco, as duas bandas cantaram "A Carne", de Elza Soares, e homenagearam a cantora: "Elza Soares, madrinha e dona da p*rra toda. A maior forma de resistência é o sorriso de uma mulher negra".
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